segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Relíquias de São Pedro marcam o encerramento do Ano da Fé      

DC| 24.11.2013| Em um gesto altamente simbólico durante o encerramento do Ano da Fé, o Papa Francisco, diante mais de 60 mil fiéis, segurou em suas mãos o relicário contendo os ossos venerados como os de São Pedro, o fundador da Igreja Católica.
A imagem do Papa de 76 anos, 265º sucessor de Pedro, totalmente concentrado, segurando firme em suas mãos o relicário de bronze enquanto recitava o Credo, foi um dos destaques da missa solene.
Numa manhã fria e úmida, diante de dezenas de milhares de seguidores em todo o mundo, ele encerrou o Ano da Fé, mostrando pela primeira vez as relíquias do apóstolo São Pedro ao público reunido na Praça São Pedro.
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo entre os anos 64-70 no circo de Calígula, onde hoje se encontram os Jardins do Vaticano.
Os ossos foram encontrados durante as escavações em 1940, sob o pontificado de Pio XII, em uma necrópole localizada debaixo da basílica ao lado de um monumento construído no século 4 para homenagear aquele que é considerado o primeiro bispo de Roma.
Nenhum Papa testemunhou que os ossos eram autênticos. Mas testes científicos indicaram uma grande "probabilidade" de que eles são, de fato, os ossos do velho pescador da Galiléia, segundo o Papa Paulo VI em 1968.
Sobre o relicário está gravado em latim "Ex ossibus quae in Arcibasilicae Vaticanae hypogeo inventa Beati Petri Apostoli esse puntantur" ("Ossos encontrados na Basílica do Vaticano, que são considerados como os do bendito apóstolo Pedro").
Esta missa solene, com cânticos em latim, também foi a ocasião para a coleta de doações para as vítimas do tufão que devastou as Filipinas.
O Papa também leu sua primeira carta de Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium" ("A Alegria do Evangelho"), a 36 bispos, sacerdotes e religiosos representantes de movimentos eclesiais, e a dois jornalistas e dois artistas, o escultor japonês Etsuro Sotoo e a pintora polonesa Anna Gulak.
Uma senhora cega também recebeu o documento em uma versão auditiva.
O documento deve ser mantido em segredo até terça-feira, e fontes do Vaticano sugerem um texto importante e denso: este é o primeiro texto do magistério totalmente escrito por Francisco, ao contrário da encíclica "Fidei Lumen", publicada em julho, que tinha sido em grande parte escrita por Bento XVI.
Em sua homilia, o Papa Francisco destacou a "centralidade de Cristo", "centro de criação, centro do povo, centro da história", "Senhor da reconciliação."
O Papa saudou os Patriarcas do Oriente: "A troca de paz com vocês quer expressar, antes de tudo, a gratidão do bispo de Roma em relação a essas comunidades que confessam o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, muitas vezes pagando um preço alto".
"Quero falar a todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz".
Antes de descer no meio da multidão, Francisco pediu para que todos rezassem pelos "perseguidos por sua fé, e eles são tantos!"
Na véspera da primeira visita do presidente russo, Vladimir Putin, ao Vaticano, ele também reservou um pensamento para a Ucrânia, que "comemora o 80º aniversário do Holodomor, a grande fome provocada pelo regime comunista (de Stalin), que causou milhões de vítimas".
O Ano da Fé foi lançado em outubro de 2012 pelo Papa Bento XVI, quatro meses antes de sua renúncia, e deu origem a várias celebrações na Praça São Pedro. Desde então, cerca de 8,5 milhões de pessoas visitaram Roma, segundo o Vaticano.
Após a missa, muitas pessoas passaram a rezar nas Grutas do Vaticano, sob a basílica, diante do túmulo do primeiro apóstolo.

Ano da Fé na Diocese de Luena


Na solenidade de Cristo Rei, a diocese de Luena celebra o encerramento do ano da Fé e anúncio que será realizado o Sínodo  Diocesano.




sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Papa apela à confiança no «amanhã de Deus»


Papa Francisco, visitou nesta quarta feira o mosteiro das monjas camáldulas, em Roma, num dos últimos atos públicos associados ao Ano da Fé, e apelou à confiança no “amanhã de Deus”.
“Muitas vezes penso: sabemos esperar o amanhã de Deus ou queremos o hoje, hoje, hoje?”, perguntou Francisco, durante a celebração a que presidiu na igreja da comunidade.
A esperança, precisou o Papa, nutre-se de “escuta, de contemplação, de paciência, para que os tempos do Senhor amadureçam”.
A visita aconteceu na Jornada para a Vida Contemplativa (‘pro orantibus’), que se celebra todos os anos por ocasião da memória litúrgica da Apresentação de Maria no Templo.
Francisco apresentou como exemplo para os católicos a atitude de Maria, “presente em todos os momentos da história da salvação”.
“A única lâmpada acesa junto ao túmulo de Jesus era a esperança da mãe, que naquele momento era a esperança de toda a humanidade. Perguntou-me, e a vós também, se nos mosteiros ainda está acesa esta lâmpada”
O Papa destacou como atitude fundamental da Virgem Maria o “fazer a vontade de Deus” numa “abertura confiante ao futuro”, mesmo perante “dificuldades e surpresas”.
“Ela, mãe da esperança, sustenta-nos nos momentos de escuridão, de dificuldade, de desconforto, de aparente derrota ou de verdadeiras derrotas humanas”, acrescentou.
O Papa foi recebido pela abadessa do mosteiro, irmã Michela Porcellato, e seguiu para a capela onde estavam reunidas as 21 monjas da comunidade.
Francisco presidiu à celebração da oração de vésperas, segundo a regra das beneditinas camáldulas, a que se seguiu um momento de adoração eucarística.
Após a celebração, o Papa vai encontrar-se com as religiosas na sala capitular, antes de deixar o mosteiro e regressar ao Vaticano.
fonte: agência ecclesia

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Perante mais um massacre na Síria, cristãos estranham silêncio do mundo
Terça, 05 Novembro 2013  vanda de carvalho
 
“Pedimos socorro ao mundo, mas ninguém nos escutou.
Onde está a consciência cristã?
Onde está a consciência humana?
Onde estão os meus irmãos?”
                                         
Quase meia-centena de cristãos foram executados a sangue frio na vila de Sadad, na Síria, por islamitas que lutam contra o regime de Bashar al-Assad.
As diferentes igrejas cristãs da Síria estão unidas na condenação do mais recente episódio de violência contra os cristãos daquele país.
O massacre de pelo menos 45 cristãos teve lugar há cerca de quinze dias, mas apenas agora começam a surgir os detalhes.
O crime ocorreu na vila de Sadad, a cerca de 100 quilómetros de Damasco. A vila é quase exclusivamente cristã e tem uma população de cerca de 3000 pessoas.

Durante a semana de 21 de Outubro Sadad foi ocupada por milícias islamitas, que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Os rebeldes executaram pelo menos 45 cristãos a sangue frio e obrigaram milhares de outros a fugir da vila com apenas a roupa que traziam vestida.

Há relato ainda de 30 feridos e dez pessoas permanecem desaparecidas. Entre as vítimas encontra-se uma família composta por avós, filha e netos, entre os 90 e os 16 anos, todos estrangulados e lançados numa cisterna.

O arcebispo Selwanos Boutros Alnemeh, da Igreja Siro-Ortodoxa, presidiu ao funeral das vítimas e lançou uma pergunta ao mundo: “Pedimos socorro ao mundo, mas ninguém nos escutou. Onde está a consciência cristã? Onde está a consciência humana? Onde estão os meus irmãos?”

Para além das mortes que causaram, os rebeldes fizeram ainda graves estragos contra os edifícios e o património religioso da vila, que inclui igrejas e mosteiros multiseculares. As Forças Armadas acabaram por retomar a vila, permitindo que os civis regressassem às suas casas.

Os rebeldes que lutam contra o regime de Assad são compostos por vários grupos diferentes. Ao longo dos mais de dois anos e meio de revolta, as forças fundamentalistas têm ganho preponderância, aumentando paralelamente os actos de perseguição anticristãos.