quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pentecostes: Restauração de Sonhos

LITURGIA DE ENTRADA
Prelúdio:
Abertura:
[A comunidade permanece em oração]
Veio sobre mim a mão do SENHOR; ele me levou pelo Espírito do SENHOR e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos, e estavam sequíssimos. Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. E o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso. (Ez 37.1-10)
Veni Sancte Spiritus
[Taizé]
Vem, ó Todo-Poderoso
[Melodia Alemã, Harm. A. Zimmermann,
trad. João Gomes da
Rocha, HE 66
(primeiros versos das estrs.)]
Veni Sancte Spiritus
Solista: Vem, ó Todo-poderoso, / Adorável Criador.
Pai eterno e glorioso, / Vem, revela o teu amor!
Vem, ó Salvador divino, / Deus de nossa salvação,
Vem, confirma o teu ensino, / Vive em cada coração!
Vem, Espírito da graça, / Nossas preces ensinar!
Deus consolador, enlaça / Todos que te vêm louvar!
Acolhida: [Boas-vindas aos/às presentes e apresentação do tema da celebração: Pentecostes,
Oração pela Unidade dos Cristãos, Três Anos da Capela da Serra]

LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura: Joel 2.28-32
Jubileu
[Adoniran Ibarra;
trad.: Luiz Carlos Ramos]
Nossos olhos abertos estão / vendo morte, pobreza e maldade; no entanto nós seguimos crendo / que o futuro está por chegar, a esperança provoca o andar / pela fé, a justiça e a vida. Amanhã, ao nascer do sol, virá a liberdade, na festa e o perdão, descanso para todo o que sofre. Amanhã, ao nascer do sol, a terra voltará àquele que a perdeu e o trigo crescerá em abundância.
Salmo responsorial: Salmo 104.24-26,27-30,31-35
♫ Envia teu Espírito e renova a face da terra*
Segunda Leitura: Atos 2.1-21
♫ Aleluia! Dai graças ao Senhor, bendizei seu Santo nome. Aleluia!*
Leitura do Evangelho: João 15.26-27
♫ Aleluia! Dai graças ao Senhor, bendizei seu Santo nome. Aleluia!*
Reflexão pastoral partilhada: Restauração de sonhos [LCR]
♫ Cântico de ofertório:
Vento, Pé-de-Vento
[Xico Esvael]
Vento, pé-de-vento, que assovias aos ouvidos,
Será que a rosa-dos-ventos me dirá de onde vens?
Vento, pé-de-vento, és rajada e ventania
Será que o cata-vento poderá ser nosso guia?
Vento, pé-de-vento...
Vento, pé-de-vento, que despertas os sentidos
Nesta longa travessia, o que queres? quem te traz?
Vento, pé-de-vento, traz notícias de além-mar
Para quem está sedento de justiça e de paz.
Vento, pé-de-vento...

LITURGIA DA MESA
Sursum corda:
O Senhor seja com vocês.
E com você também.
Elevemos os nossos corações.
Ao Senhor os elevamos.
Rendamos graças ao Senhor.
Sim, é digno e justo render graças a Deus.
Nós te rendemos graças, ó Deus, porque vieste até nós na pessoa do teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor; aquele que, tendo nos redimido por sua morte e ressurreição, subiu novamente para reinar, soberano, à destra do Pai, de onde nos enviou o Consolador, o Espírito Santo, pelo qual, hoje, todos nós, homens e mulheres, velhos e crianças, patrões e empregados, podemos sonhar e antever o grande "Dia do Senhor", o tempo da Paz e da Justiça para toda a humanidade. Por essa razão, exaltamos-te e louvamos-te, cantando:
Sanctus et Gloria: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus onipotente,
Terra e céus estão cheios da tua glória,
Glória a ti Senhor!*
Memorial
E, enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo dado graças, o partiu e deu aos discípulos, junto com as palavras: "Isto é o meu corpo dado por vocês: nunca se esqueçam...." Depois de cear, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos e disse: "Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado por vocês; nunca, nunca se esqueçam..."
Oração eucarística:
(Cf. Didachè, I séc)
Nós te damos graças, ó Pai nosso, pela santa vinha de Davi, teu servo; tu no-la fizeste conhecer por Jesus, teu filho.
♫ Bendito sejas para sempre! *
Nós te damos graças, ó Pai nosso, pela vida e pelo conhecimento que nos concedeste por Jesus, teu Filho.
♫ Bendito sejas para sempre! *
Como esse pão partido, antes disseminado sobre as montanhas, foi reunido para ser apenas um, reúne do mesmo modo tua igreja das extremidades terra em teu reino.
♫ Bendito sejas para sempre!*
[Fração e partilha eucarística]
Unidade:
[Cf. Jo 17.21 -
Liséte Espíndola, Luiz Carlos Ramos,
Nelson Gomes, Roy de
Oliveira, Xico Esvael]
Semeando a unidade
Para que o mundo creia
Sejamos todos um
Para que o mundo creia
Semente [colheita] de comunhão

LITURGIA DE ENVIO
Despedida:
Oremos.
Graças te damos, ó Deus, porque derramaste sobre nós o teu Espírito Santo. Que esta comunhão nos ajude a crescer na fé e no amor solidário. Que possamos, também nós, sair daqui, cheios do teu Espírito, animados e animadas a partilhar a vida do teu Reino com todos aqueles e aquelas que de nós necessitam Por Cristo, teu Filho amado. Amém.
♫ Bênção:
[Luiz Carlos Ramos]
Que o vento sopre suave sobre os seus ombros trazendo sempre o aroma da paz;
Que o fogo aqueça o seu coração deixando-o sempre pleno de ternura;
Que a palavra que sair dos seus lábios e as que visitarem os seus ouvidos
levem e tragam sempre o som de uma bênção.
♫ Cântico de envio:
Sopro do Espírito
[Flávio Irala, Roy de Oliveira
e Tércio Junker]
O vento sopra onde quer:
pra onde é que vai nos levar?
Um rumo, um caminho certo,
vai surgir, decerto: o vento vai soprar...
O vento sopra onde quer:
a sua voz se pode ouvir.
Mas não se sabe de onde vem,
nem para onde vai: só sei que vou seguir.
O vento leva, o vento traz:
surpresas ele nos trará.
Levando o barco em mar aberto,
penso que estou perto, posso então sonhar.

sábado, 19 de maio de 2012

Para quem tem Aids, Saúde e Dignidade

No terceiro domingo do mês de maio, a Igreja Católica, em todo o mundo faz memória de todos aqueles que morreram por causa da AIDS. E a Pastoral da AIDS convida você à fazer uma vigília em intenção de todos aqueles que faleceram e eram portadores de HIV/AIDS. Esta já é a 29ª edição e tem como tema "Para quem tem AIDS, saúde e dignidade".

É um movimento internacional que iniciou em 7 de maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da AIDS. Esse movimento pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade para a problemática do HIV e AIDS.
· Lembra as pessoas que morrem, convoca a sociedade para dar-se conta de que vidas estão sendo perdidas.
· Por outro lado, compromete na luta para evitar que esta realidade se repita diariamente sem nenhuma ação.
· A lembrança dos mortos torna-se um grito de prevenção.
· Ela nos convida a repassarmos informações sobre as formas de transmissão do vírus.
· Ela nos convoca a incentivarmos toda a sociedade para o cuidado.
· Cada pessoa precisa responsabilizar-se por si e pelo outro.

Vigília pelos Mortos de AIDS

"Para quem tem AIDS, saúde e dignidade!"

Irmãos e irmãs segue uma sugestão de roteiro para a dinamização da 29º Vigília pelas mortes de AIDS.
Acolhida- Preparar um ambiente acolhedor que favoreça a todos entrar no clima de oração. Dar destaque aos símbolos que representam a luta contra a AIDS (colcha, velas, cartazes, banners etc.).
Abertura- Pode-se entoar um mantra que evoque a luz "Ó luz do Senhor que vem sobre a Terra inunda meu ser permanece em nós" ou "Indo e vindo trevas e luz tudo é graça Deus nos conduz". Enquanto se canta o mantra uma pessoa entra com a grande vela acesa com o laço vermelho e a coloca em um lugar de destaque (cada um pode ascender sua vela).
Recordação da vida- (velas acesa) É o momento de recordarmos a vida e história dos irmãos e irmãs que já partiram. O animador faz memória do sentido da vigília pelos mortos de AIDS. Recorda que é preciso ficar todos atentos no trabalho de prevenção, pois, ainda morrem muitas pessoas vítimas da AIDS. É o momento de recordarmos a vida e história dos que já partiram.
Hino - (oficio das comunidades)
VERDADEIRAMENTE RESSURGIU JESUS, (bis)
CANTEMOS ALELUIA! RESPLANDECE A LUZ! (bis)
VENHAM, Ó NAÇÕES, AO SENHOR CANTAR! (bis)
AO DEUS DO UNIVERSO VENHAM FESTEJAR! (bis)
SEU AMOR POR NÓS, FIRME PARA SEMPRE, (bis)
SUA FIDELIDADE DURA ETERNAMENTE! (bis)
VENHAM E CANTEMOS COM MUITA ALEGRIA, (bis)
ESPÍRITO DIVINO BRILHOU NESTE DIA! (bis)
O AMOR DE DEUS EM NÓS DERRAMADO, (bis)
QUAL MÃE CONSOLADORA JÁ NOS FOI DOADO. (bis)
TUA LUZ, SENHOR, CLARA COMO O DIA (bis)
É CHAMA QUE INCENDEIA E TRAZ ALEGRIA. (bis)
SUBA NOSSO INCENSO A TI, Ó SENHOR! (bis)
NESTA SANTA VIGÍLIA, OFERTA DE LOUVOR! (bis)
NOSSAS MÃOS ORANTES PARA OS CÉUS SUBINDO, (bis)
CHEGUEM COMO OFERENDA AO SOM DESTE HINO! (bis)
GLÓRIA AO PAI E AO FILHO E AO SANTO ESPÍRITO. (bis)
GLÓRIA À TRINDADE SANTA, GLÓRIA AO DEUS BENDITO! (bis)
ALELUIA, IRMÃS, ALELUIA, IRMÃOS! (bis)
SUBA DO MUNDO INTEIRO A DEUS LOUVAÇÃO! (bis)
Ato Penitencial
Diante do Senhor que nos acolhe e transforma a nossa vida, reunidos nesta vigília, reconheçamos as nossas faltas e omissões.
Hino de Louvor
Vamos glorificar a Deus pelos diversos trabalhos desenvolvidos na luta contra a AIDS, todas as iniciativas de trabalho para evitar novas infecções e para dar qualidade de vida para quem e convive com HIV e AIDS.
Leitura do Evangelho de Marcos 16,15-20
Meditação
Preces (sugestões abaixo ou espontâneas)
1 - Pelos agentes pastorais e de saúde que se dedicama levar informações de prevenção e acolher e acompanhar as pessoas que vivem com HIV e AIDS... Rezemos
2 - Pelas instituições, organizações da Sociedade civil, profissionais de saúde representantes de órgãos governamentais para que se dediquem e viabilizar políticas e meios de garantir saúde e vida digna para todos... Rezemos
3 - Por todos os que vivem com HIV e AIDS, para que tenha força e coragem de lutar pela vida e exigir os direitos e atendimento humanizado... Rezemos
4 - Por todas as pessoas que faleceram por causa da AIDS, que tenham o descanso junto de Deus... Rezemos
5 - Para que a saúde seja garantida, e o Sistema Único de Saúde seja implementado e defendido como instrumento que garante saúde para todos... Rezemos
Oração pela vida
Benção de Encerramento

Só a experiência direta e imediata do Evangelho pode revitalizar a Igreja - José Pagola

Sexta-feira, 18 de maio de 2012 - 10h47min
por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16, 15-20 que corresponde ao Domingo da Ascenção do Senhor, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
NOVO COMEÇO
Os evangelistas descrevem com diferentes linguagens a missão que Jesus confia aos seus seguidores. De acordo com Mateus, hão de "fazer discípulos" que aprendam a viver como Ele os ensinou. De acordo com Lucas, hão de ser "testemunhas" do que viveram junto Dele. Marcos resume tudo dizendo que hão de "proclamar o Evangelho a toda a criação".
Quem se aproxima hoje de uma comunidade cristã não se encontra diretamente com o Evangelho. O que se percebe é o funcionamento de uma religião envelhecida, com graves sinais de crise. Não podem identificar com clareza no interior dessa religião a Boa Nova proveniente do impacto provocado por Jesus há vinte séculos.
Por outro lado, muitos cristãos não conhecem diretamente o Evangelho. Tudo o que sabem de Jesus e da sua mensagem é o que podem reconstruir de forma parcial e fragmentária escutando catequistas e pregadores. Vivem a sua religião privados do contato pessoal com o Evangelho.
Como poderão proclamá-lo se não o conhecem nas suas próprias comunidades? O Concílio Vaticano II recordou algo demasiado esquecido nestes momentos: "O Evangelho é, em todos os tempos, o princípio de toda a sua vida para a Igreja". Chegou o momento de entender e configurar a comunidade cristã como um lugar onde o principal é acolher o Evangelho de Jesus.
Nada pode regenerar o tecido em crise das nossas comunidades como a força do Evangelho. Só a experiência direta e imediata do Evangelho pode revitalizar a Igreja. Dentro de alguns anos, quando a crise nos obrigue a centrar-nos apenas no essencial, veremos com clareza que nada é mais importante hoje para os cristãos do que nos reunir para ler, escutar e partilhar juntos os relatos evangélicos.
O principal é acreditar na força regeneradora do Evangelho. Os relatos evangélicos ensinam a viver a fé, não por obrigação mas por atração. Fazem viver a vida cristã, não como dever mas como irradiação e contágio. É possível introduzir já nas paróquias uma dinâmica nova. Reunidos em pequenos grupos, em contato com o Evangelho, iremos recuperar a nossa verdadeira identidade de seguidores de Jesus.
Temos de voltar ao Evangelho como novo começo. Já não serve qualquer programa ou estratégia pastoral. Dentro de uns anos, escutar juntos o Evangelho de Jesus não será uma atividade a mais entre outras, mas a matriz desde a qual começará a regeneração da fé cristã nas pequenas comunidades dispersas no meio de uma sociedade secularizada.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os sinais que acompanham a Boa Nova - Mesters e Lopes

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OS SINAIS QUE ACOMPANHAM A BOA NOVA


Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para ensinar duas coisas. Primeiro, que a fé com Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a descrença nasce no coração. Até os onze discípulos tiveram dúvidas!
Em seguida, Jesus lhes dá a missão de anunciar a Boa Nova a toda criatura. A exigência que ele coloca é esta: crer e ser batizado. Aos que tiverem a coragem de crer na Boa Nova e forem batizados, ele promete os seguintes sinais: expulsarão demônios, falarão línguas novas, pegarão em serpentes e não serão molestados pelo veneno, imporão as mãos aos doentes e eles ficarão curados. Isto acontece até hoje: 
  • EXPULSAR OS DEMÔNIOS: é combater o poder do mal que estraga a vida. A vida de muita gente ficou melhor pelo fato de ter entrado na comunidade e de ter começado a viver a Boa Nova da presença de Deus em sua vida.
  • FALAR LÍNGUAS NOVAS: é começar a comunicar-se com os outros de maneira nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que nunca vimos antes, mas parece que já nos conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a língua do amor.
  • VENCER O VENENO: há muita coisa que envenena a convivência. Muita fofoca que estraga o relacionamento entre as pessoas. Quem vive a presença de Deus dá a volta por cima e consegue não ser molestado por este veneno terrível.
  • CURAR DOENTES: em todo canto onde aparece uma consciência mais clara e viva da presença de Deus aparece também um cuidado especial para com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo para com os doentes. Aquilo que mais favorece a cura é a pessoa sentir-se acolhida e amada.
Através da comunidade Jesus continua a sua missão (Marcos 16, 19-20)
O mesmo Jesus que viveu na Palestina e lá acolhia os pobres do seu tempo, revelando assim o amor do Pai, este mesmo Jesus continua vivo no meio de nós, nas nossas comunidades. E através de nós, ele continua a sua missão para revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. Até hoje, a ressurreição acontece. Ele nos leva a cantar: "Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo, quem nos separará?"
Poder nenhum deste mundo é capaz de neutralizar a força que vem da fé na ressurreição (Rm 8,35-39). Uma comunidade que quiser ser testemunha da ressurreição deve ser sinal de vida, deve lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, deve crer no outro mundo possível. Sobretudo aqui na América Latina, onde a vida do povo corre perigo por causa do sistema de morte que nos foi imposto, as comunidades devem ser uma prova viva da esperança que vende o mundo, sem medo de ser feliz!
As surpresas de Deus
Estamos no fim da leitura do Evangelho de Marcos. Procuramos saber quem é Jesus. Marcos enumerou muitos nomes e títulos. Mas um nome ou título, por mais bonito ou importante que seja, nunca chega a revelar o mistério da pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Além disso, ao longo do Evangelho, alguns dos nomes dados a Jesus, inclusive os mais importantes e os mais tradicionais, foram questionados e colocados em dúvida pelo próprio Marcos. Assim, na medida em que avançávamos a leitura, fomos obrigados a rever nossas ideias e a nos perguntar, cada vez de novo: "Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?"
Bem no início do evangelho, a primeira exigência era esta: "Esgotou-se o prazo. O Reino de Deus chegou! Mudem de vida! Tenham fé nesta Boa Notícia!" (Mc 1,15). Este pedido inicial de conversão e de fé indica a porta por onde temos acesso a Jesus e à Boa Nova de Deus que ele nos traz. Não há outro acesso. A fé exige crer em Jesus, na sua Palavra, aceitá-lo sem impor condições. Somos convidados a não nos fechar em nenhum nome ou título, doutrina ou costume, e a manter-nos sempre abertos para as surpresas de Deus, que pedem uma conversão constante.
Os nomes e os títulos, as doutrinas e os costumes, as devoções e as rezas são como o crachá que carregamos no peito para identificação. O crachá é importante, pois nos ajuda e nos orienta para encontrar a pessoa que procuramos. Mas quando a encontrar, você já não olha o crachá, mas sim o rosto! A pessoa que você procura, quando a encontrar, quase sempre será diferente da ideia que você fazia a respeito dela. O encontro sempre traz surpresas! Sobretudo o encontro com Deus em Jesus.
Ao longo do Evangelho de Marcos, as surpresas de Deus são muitas, e elas vêm de onde menos se espera:
  • de um pagão que reconheceu a presença de Deus no crucificado (Mc 15,39);
  • de uma pobre viúva que ofereceu do seu necessário para partilhar com os outros (Mc 12,43-44);
  • de um cego cujos gritos incomodaram e que nem sequer tinha a doutrina certa (Mc 10,46-52);
  • dos pequenos que viviam marginalizados, mas creram em Jesus (Mc 9,42);
  • dos grupos que usavam o nome de Jesus para combater o mal, mas não eram da "Igreja" (Mc 9,38-40);
  • de uma senhora anônima, cuja atividade escandalizava os discípulos (Mc 14,3-9);
  • de um pai de família que foi forçado a carregar a cruz atrás de Jesus e tornou-se discípulo modelo (Mc 15,21);
  • de José de Arimatéia, que arriscou tudo pedindo o corpo de Jesus para poder enterrá-lo (Mc 15,43);
  • das mulheres que, naquela época, não eram reconhecidas como testemunhas oficiais, mas que foram escolhidas por Jesus para serem testemunhas qualificadas da sua ressurreição (Mc 15,40.47; 16,6.9-10).
Resumindo. Os doze homens, especialmente chamados e eleitos por Jesus (Mc 3,13-19) e por ele enviados em missão (Mc 6,7-13), fracassaram. Mas no reverso do fracasso deles apareceu a força da fé de outros que não faziam parte do grupo dos doze eleitos. A comunidade, a Igreja, deve ter consciência bem clara de que ela não é proprietária de Jesus, nem tem o controle dos critérios da ação de Deus no meio de nós. Jesus não é nosso, mas nós, a comunidade, a Igreja, somos de Jesus, e Jesus é de Deus (1Cor 3,23).

quarta-feira, 16 de maio de 2012



Assembleia geral das POM em Roma: os desafios da evangelização no mundo
Terminou no fim de semana na Casa de Exercícios Espirituais dos Salesianos, em ‘via della Pisana’, em Roma, os trabalhos da Assembleia Geral Anual das Pontifícias Obras Missionárias (POM). A reunião aconteceu entre os dias 7 e 11 e contou com a presença de pouco mais de 100 diretores das POM espalhados pelo mundo.
De acordo com o diretor das POM do Brasil, padre Camilo Pauletti, a reunião teve foco voltado para o papel da instituição de levar o Evangelho a todos os povos e no trabalho voltado para a oração como sustento da missão e no apoio ao lançamento de ideias que levem a evangelização também por meio de projetos. “Foi bastante destacado que neste Ano da Fé seja desenvolvida uma campanha de oração para toda a Igreja, no sentido de ajudar a despertar nos povos a importância de Jesus”, sublinhou o diretor.
Foi mencionado e refletido também sobre os desafios da evangelização no mundo secularizado e pluricultural de nossos dias, ponto que inclusive será tema do 3º Congresso Missionário Nacional que acontecerá nos próximos dias 12 a 15 de julho em Palmas (TO). Padre Camilo enfatizou o que foi pontuado em Roma sobre a nova evangelização. “A Igreja pede mais; reforçaram aquilo que já sabemos: que a Igreja não pode se acomodar. Há uma esperança de fazer crescer o trabalho missionário”. 
A troca de experiências e a possibilidade de conhecer diretores das POM do mundo inteiro é outra riqueza da Assembleia Geral da entidade, conforme relata o diretor do Brasil. “É impressionante como cada país tem sua história e seus desafios de evangelização. Às vezes nem nos damos conta de que vivemos num país livre como é nosso caso. Conversei com diretores das POM de países como Egito, Etiópia, Líbano e eles me falaram das dificuldades com a política, com a seca que e com a falta de recursos. Ouvir o testemunho deles é sentir como acontece a missão no mundo e viver a solidariedade que existe nas POM. Também ouvi sobre as dificuldades na China e na Indonésia. Não é fácil”, sublinhou.
Prestação de contas
Como acontece anualmente, mais uma vez houve a prestação de contas dos recursos que as Pontifícias Obras Missionárias arrecadam para o apoio de projetos de missão em todo o mundo. Da mesma forma que em 2011, os recursos continuam  a diminuir em países da Europa e nos Estados Unidos, que são aqueles que mais contribuem e, com isso, consequentemente, mais projetos deixam de ser desenvolvidos no mundo. Segundo padre Camilo, as Igrejas da África e Ásia continuam a ser aquelas que mais precisam de ajuda seguido depois pela América Latina e Oceania.
Atualmente, os projetos missionários desenvolvidos com recursos das POM de todo o mundo ajudam na formação de 80 mil seminaristas, mais de 1.000 seminários e cinco colégios pontifícios. O continente africano é o mais ajudado com cerca de 70% dos recursos destinados. A ajuda para financiar esses projetos tem diminuído desde 2009, em torno de 5%, quando estourou a crise imobiliária nos Estados Unidos levando o mundo inteiro a poupar. “As ajudas já chegaram a 175 milhões de dólares antes da crise. Agora os recursos gerais somam 160 milhões”, comentou o diretor.
Audiência com o papa
O papa Bento XVI comentou o Ano da Fé que será celebrado de outubro de 2012 a novembro de 2014 na Igreja em todo o mundo. “Cada homem e cada povo têm o direito de receber o Evangelho da verdade”, disse ele na perspectiva da celebração do Ano. O pontífice, reunido com os diretores das POM de todo o mundo chamou a atenção para a evangelização que é sempre “uma questão urgente, nestes tempos impulsiona a Igreja a operar com passos ainda mais largos pelos caminhos do mundo, para levar cada homem ao conhecimento de Cristo”.

sábado, 12 de maio de 2012

Obrigado mãe!


A maternidade nos aproxima de Deus, ama e perdoa sempre


ROMA, sexta-feira, 11 de maio de 2012 (ZENIT.org). - Domingo, 13 de maio comemoramos o dia das mães.

Misterioso o desígnio divino que dá à mulher o poder de transmitir a vida. Uma característica que, juntamente com a grande capacidade de amar e perdoar aproxima de modo particular a mãe à Deus.
O filósofo grego Sófocles dizia que "A mãe inventou o amor na terra" e "para a mãe os filhos são âncoras da vida”.
De fato, sustenta o frances Honoré de Balzac: "O coração de uma mãe é um abismo no fundo do qual há sempre perdão".
O filósofo, escritor, dramaturgo, crítico literário frances Jean Paul Sartre reconheceu: "Quanto mais lágrimas nos olhos da mãe custou o filho, mais caro a seu coração”.
Na verdade a mãe se comporta como Deus " te ama sempre."
Diz Marcel Proust: A criança chama a mãe e pergunta: "De onde vim?De onde você me pegou?" A mãe ouve, chora e sorri enquanto aperta seu bebê contra o peito. "Você era um desejo dentro do coração”.
Até mesmo o niilista Friedrich Nietzsche afirmou: "Meu único consolo, quando ia dormir, era que minha mãe vinha me beijar quando eu tinha apenas deitado”.
Neste sentido, a poetisa e escritora Silvana Stremiz escreve: "O amor de uma mãe não tem fronteiras, não tem limites, nem condições.Nos ama sem pedir nada. Amor imcomparável. Ninguém vai nos amar como você. Por este amor mãe eu digo obrigado".
Edmondo De Amicis, autor do livro "Coração", constatou que "Se de todos os gestos de afeto e de todas as ações honestas e generosas de que nos orgulhamos pudéssemos descobrir a primeira semente, iríamos descobrir quase sempre no coração da nossa mãe ".
O médico, professor e escritor americano, considerado por seus contemporâneos como um dos melhores escritores do século XIX, Oliver Wendell Holmes (sênior), acrescentou: "A verdadeira religião do mundo vem muito mais das mulheres do que dos homens, sobretudo pelas mães , que levam a chave de nossas almas em seus corações”.
Também o escritor e jornalista austríaco Joseph Roth afirma: "Eu nunca vou esquecer a minha mãe, ela foi a primeira a plantar e cultivar as primeiras sementes do bem dentro de mim”.
Por esta razão, o poeta norte-americano William Ross Wallace diz: "A mão que fez o berço balançar é a mão que governa o mundo".
E conclui o escritor judeu Kompert Leopold: "Deus não pode estar em toda parte: é por isso que ele criou as mães”.

A equipe de ZENIT deseja tudo de bom a todas as mães do mundo!