sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Seminário Amazônia: importância, desafios e missão

Por Nádia Caetano e Rosinha Martins
“Amazônia: importância, desafios e missão”. Este é o tema do Seminário sobre a Amazônia, organizado pela Confederação Latinoamericana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR) em parceria com a CRB Nacional- Conferência dos Religiosos do Brasil, que acontecerá de 7 a 9 de outubro, próximo, na Inspetoria Laura Vicuna, Manaus-AM.
O evento, que reunirá Religiosos e Religiosas dos países pan-amazonicos: Brasil, Bolivia, Colombia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru e Venezuela, propõe promover e articular uma reflexão sobre a  realidade sócio-cultural, econômica e ambiental do bioma amazônico, revitalizar a dimensão mística, profética e missionária da Vida Religiosa Consagrada e buscar possíveis linhas comuns de ação na missão amazônica. O Seminário também objetiva construir alianças e colaborações nas fronteiras geográficas e simbólicas, de forma articulada, em sintonia com o Plano Global da CLAR e das Conferências de Religiosos e Religiosas dos países amazônicos, em comunhão com Igreja Latinoamericana e Caribenha; celebrar a vida e a fé, em diálogo com os saberes e as tradições dos povos da água e das selvas.
“Vivemos em uma sociedade capitalista e globalizada que se expressa em contextos  complexos que produzem angústia, que geram preocupação ecológica,  que destroem a natureza. A Igreja, por sua parte, não é alheia a estruturas “caducas” que freiam o projeto do Reino de Deus e sua justiça (Mt6,33)”, afirma Irmão Paulo Petry, Presidente da Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas.
De acordo com Irmão Paulo, o Seminário visa refletir sobre a vida ecológica ameaçada na Amazônia e em todo o planeta. Por isso, o evento quer, ainda, criar redes de solidariedade entre as Ordens Religiosas da Igreja Católica e entre as diversas instituições sociais e civis afins, em vista de uma atuação mais eficiente, eficaz e transformadora.
O evento é aberto para os Superiores Maiores das Comunidades Religiosas, localizadas na Amazônia, Presidentes e Assessores das Conferências de Religiosos/as dos países amazônicos; missionários e missionárias que atuam nas fronteiras e equipes itinerantes; Representantes da Confederação Latinoamericana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Indigenista Missionário(CIMI), Comissão Pastoral da Terra(CPT), Conselho Missionário Regional(COMIRES), Conselho Missionário Diocesano(COMID), Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social da Amazônia(SARES) e Conselhos de Presbíteros e Leigos/as.
Onde as ameaças contra a vida assumem proporções sempre mais preocupantes, colocar a Amazônia no centro das reflexões e ações da Vida Religiosa Consagrada, significa aceitar o desafio de deixar-nos questionar, surpreender e envolver numa permanente presença criadora e libertadora. Significa também tornar-nos um sinal profético de resistência contra todas as formas de morte. É hora de colocarmos nosso ouvido e nosso “olhar fixo em Jesus” para, juntos, escutarmos a Deus onde a vida clama”, relatou o presidente da Confederação de Religiosos e Religiosas, Irmão Paulo Petry.


“Sac say waman Pi / Pucuy, Pucuy, cha./ Ima ya manta can ri/ Wan can qui”. A tradicional canção “Cusco” do Peru, foi cantada e tocada ao som do charango pela chilena Francisca Espinoza, da equipe itinerante da Amazônia. A canção foi o momento marcante da oração inicial do Seminário que convidava os participantes a contemplar em meio e no silêncio da natureza, a vida que palpita no bioma amazônico. O som ensurdecedor de uma motosserra quebrava o silêncio e permitia ao grupo refletir a Palavra de Deus que, lida naquele contexto permitia sentir o apelo de defesa da vida.
Participaram da mesa na seção de abertura, a presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil, Irmã Márian Ambrosio, idp, a presidente Regional da Conferência dos Religiosos de Manaus, Irmã Guaracema Siqueira Tupinambá, cns-csa, o presidente da Comissão para a Amazônia da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Claudio Hummes e o presidente da Confederação Latino-ameicana e Caribenha de Religiosos e Religiosas, Irmão Paulo Paulo Petry.
“Encontramo-nos em Manaus. Encontrar-se significa que não nos fechamos em nosso mundo, e que desejamos construir relações capazes de fazer deste mundo um lugar melhor para viver, ouvindo a Deus onde a vida clama. Deixemo-nos iluminar pela sua Palavra. Ao participar deste seminário deixamos o espaço importante, mas reduzido, do próprio eu, da própria congregação, da própria conferencia nacional para junto com outras/os religiosas/os formar comunidade intercongregacional e assim celebrar a vida e a fé, em diálogo com os saberes e as tradições dos povos da água e da selva”, expressou Irmão Paulo.
Irmã Marian Ambrosio saudou os missionários que tem atuado significativamente em solo amazônico:
“Quero saudar os irmãos que estão inseridos, encarnados em território amazônico, sejamos brasileiros e brasileiras sejamos irmãos e irmãs de outras Conferencias ou outras nacionalidades”. Esperamos que não seja um momento teórico, mas que possamos abraçar o chão da experiência.
Irmã Marian manifestou sua alegria presença da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, representada pelo presidente da Comissão para a Amazônia, Dom Claudio Hummes. “Me alegro com a presença do senhor aqui, porque aqui é o chão onde é possível dizer que esse projeto é nosso. A sua presença é o caminho evidente, testemunhal de um desejo de comunhão.
Dom Claudio ressaltou em sua fala o seu contentamento sincero e felicidade por ter sido escolhido para esta comissão porque esse foi seu sonho desde jovem missionário. Essa comissão significa sinal de como a CNBB quer manifestar seu amor pelo povo, pela Igreja da Amazônia. Não sei como vou representar esse sinal, mas venho aqui para dizer que queremos caminhar juntos, sofrer juntos, ter aspirações juntos (…) Que essa terra da Amazônia faça diferença e se desenvolva sem perder suas características. A Comissão tem dois objetivo de caminhar junto com o povo da Amazônia e conscientizar a Igreja do Brasil a se solidarizar com ela. Vim para escutar, ouvir e estar junto”, afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário