segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Sínodo dos Bispos
DISCURSOS!
1) O primeiro orador falou das raízes da fé, ou melhor donde nasce a credibilidade de nossa fé, a fim de que seja uma confissão da fé (e não apenas uma profissão, isso é, o conteúdo em que cremos). Ele tinha muita autoridade para falar, pois representava a Igreja da Europa centro-oriental (Croácia, arcebispo de Zágreb), onde o comunismo dos anos da cortina de ferro fez muitos mártires. Hoje não há mais o martírio de sangue, mas o martírio incruento do massacre produzido pelas novas expressões ideológicas materialistas (secularização da vida), levando à intolerância da religião, principalmente do cristianismo. O martírio consiste em não ceder à lógica do mundo e mostrar que pertencemos a um "Outro". Sobretudo leigas e leigos resistem às novas ideologias e são os primeiros anunciadores da Nova Evangelização (NE).
2) Um lugar da NE é a mobilidade humana (migração), dentro da qual se coloca também as peregrinações, tão queridas pelo povo e que reavivam a fé dos peregrinos.
3) A NE não se resolve com planos feitos por especialistas... mas é obra do Espírito Santo.
4) O Bispo de Phom Penh (Cambodja) afirma que os fundamentos da NE são: 1) o verdadeiro encontro com Jesus Cristo que abre o coração ao amor e ao perdão e, 2) os leigos que devem atuar no mundo (Apostolicam actuositatem!). Como a Igreja será verdadeiro Sacramento de Cristo no mundo para ser uma NE em ato? Responde: uma igreja que toque os corações, simples, hospitaleira, orante e alegre.
5) Um outro denuncia os vícios de antigas cristandades e propõe uma conversão pastoral com 4 pistas: santificação pessoal, uma releitura aprofundada do magistério da Igreja, uma nova pastoral, com novo estilo: querigma, iniciação cristã catecumenal, dimensão racional e apologética da fé, eclesiologia que acredite na corresponsabilidade dos leigos, espaços de acolhida e de diálogo, uma "ecologia humana".
6) Experiência de NE vivida na Arquidiocese de Barcelona: redescoberta do Evangelho centrado no anúncio de Jesus (Evangelho de Marcos distribuído em profusão, átrio dos gentios), muita importância aos leigos, valorização da missa dominical, favorecimento de momentos de espiritualidade e de experiências pessoais, uma leitura crente da realidade atual.
7) Grande obstáculo à NE é a divisão dos cristãos, particularmente entre a Igreja Católica e Igreja Ortodoxa russa e rumena. O ecumenismo (do oriente e do ocidente) é indispensável para dar testemunho de Jesus Cristo.
8) É preciso insistir no modelo familiar cristão, apesar de toda ideologia em contrário e dar maior atenção às famílias canonicamente irregulares. Propõe-se uma opção prioritária à família.
9) Dois cenários preocupantes: a) há hoje um caos cultural que deforma a compreensão da Verdade e da Bondade, levando ao autoisolamento e subjetivismo. Como consequência do consumismo aparece o relativismo moral e religioso que se transforma nas diversas formas de pseudorreligiosidade e neopaganismo. Esses e outros elementos são o cenário que a NE deve enfrentar. b) Os jovens se encontram numa situação insustentável: são envolvidos muito antecipadamente, com relação à própria idade, num mundo rico de informações, saberes, sensações, oportunidades de encontro, mas ao mesmo tempo são abandonados pelos adultos que os deveriam formar. Nunca na história houve tanta liberdade individual e de massa como para os jovens hoje, mas é uma promessa sem futuro, pois os adultos renunciaram a seu papel educativo... numa espécie de Édipo ao contrário, são os pais que matam seus filhos...
10) Se por um lado há muitas queixas, por parte dos Orientais e Africanos, contra a discriminação perseguição dos mulçumanos, por outro foram apresentadas boas experiências de conversões do islamismo. Perguntando a jovens mulçumanos qual a razão que os leva a se aproximarem do cristianismo, respondem: a alegria e a liberdade!
11) O Card. Rouco Varela (Madrid) afirmou: há secularismo porque houve secularização que tem suas raízes na crise pós-guerra, na "morte de Deus", no super-homem, nos totalitarismos (comunismo, nacionalismo, fascismo) que geraram a "Igreja do Silêncio". Nesse quadro, nasceu o Vaticano II, mas depois a crise se aprofundou com a revolução de "maio de 68" com uma radicalidade teórica e prática que afeta a própria pessoa humana... "um bebê de chipanzé tem mais direitos que uma criança com deficiência...". E a Igreja, o que fez? Certamente muita coisa, mas hoje é necessário mostrar em praça pública quem somos e o que somos. É hora de profundo exame de consciência, conversão pessoal e pastoral. A Igreja precisa "desmundanizar-se" para uma renovada e fecunda evangelização de nosso tempo!
12) O bispo japonês de Fukuoka agradeceu sensibilizado a grande ajuda que a Igreja do Ocidente deu àquele país por ocasião do terrível tutsinami: foi a prática da Gaudium et Spes e isso foi um importante sinal do Evangelho de Jesus para o povo japonês. Ao mesmo tempo manifestou grande esperança nos resultados do Sínodo.
13) Se a Igreja falhou no passado é porque transmitiu apenas conteúdo, doutrina fria, moralismos... hoje precisa centrar-se no Ato de Fé, no encontro e resposta pessoal a Jesus Cristo. é preciso evangelizar primeiramente os evangelizadores: bispos, presbíteros, vida consagrada, e uma séria conversão pastoral.
14) O superior geral dos dominicanos, Pe. Bruno Cadoré apresentou três desafios: 1) diálogo com as ciências: Deus confiou aos homens o trabalho de buscar juntos um "mundo comum a todos", um verdadeiro caminho para a "humanização do homem". 2) Desafio da liberdade: é preciso fazer como Jesus que caminhava com seus discípulos pela Palestina manifestando a fraternidade e amizade de Deus para com os homens. Precisamos aprender da paciência de Deus que confia na frágil liberdade humana: a evangelização encontra sua força na contemplação desse mistério da misericórdia. 3) O desafio da fraternidade: a graça do Espírito de Deus pode transfigurar a realidade humana da fraternidade em sacramento da amizade de Deus com os homens.
15. Dom Shlemon Warduni, bispo da Babilônia dos Caldeus afirmou: a NE deve fundamentar-se na graça do Espírito Santo que ilumina o homem e o faz acolher a vocação cristã. É preciso evangelizar-se a si mesmo para depois evangelizar os outros. Apresentou uma situação extremamente difícil para a Igreja no Iraque: número de cristãos em constante diminuição por causa da emigração contínua dos fiéis, dos catequistas e do clero, e também pelo mau exemplo da desunião entre os cristãos.
16) Por fim, o nosso irmão salesiano, Card. Ângelo Amato, fez um pronunciamento intitulado: Os santos evangelizam. Eles pregam e anunciam o Evangelho não tanto com a palavra, mas com o exemplo de vida mergulhada em Deus e fazendo o bem aos irmãos.
Roma, 15 de Outubro de 2012 - Santa Tereza de Jesus.
Pe. Luiz Alves de Lima, sdb.
2) Um lugar da NE é a mobilidade humana (migração), dentro da qual se coloca também as peregrinações, tão queridas pelo povo e que reavivam a fé dos peregrinos.
3) A NE não se resolve com planos feitos por especialistas... mas é obra do Espírito Santo.
4) O Bispo de Phom Penh (Cambodja) afirma que os fundamentos da NE são: 1) o verdadeiro encontro com Jesus Cristo que abre o coração ao amor e ao perdão e, 2) os leigos que devem atuar no mundo (Apostolicam actuositatem!). Como a Igreja será verdadeiro Sacramento de Cristo no mundo para ser uma NE em ato? Responde: uma igreja que toque os corações, simples, hospitaleira, orante e alegre.
5) Um outro denuncia os vícios de antigas cristandades e propõe uma conversão pastoral com 4 pistas: santificação pessoal, uma releitura aprofundada do magistério da Igreja, uma nova pastoral, com novo estilo: querigma, iniciação cristã catecumenal, dimensão racional e apologética da fé, eclesiologia que acredite na corresponsabilidade dos leigos, espaços de acolhida e de diálogo, uma "ecologia humana".
6) Experiência de NE vivida na Arquidiocese de Barcelona: redescoberta do Evangelho centrado no anúncio de Jesus (Evangelho de Marcos distribuído em profusão, átrio dos gentios), muita importância aos leigos, valorização da missa dominical, favorecimento de momentos de espiritualidade e de experiências pessoais, uma leitura crente da realidade atual.
7) Grande obstáculo à NE é a divisão dos cristãos, particularmente entre a Igreja Católica e Igreja Ortodoxa russa e rumena. O ecumenismo (do oriente e do ocidente) é indispensável para dar testemunho de Jesus Cristo.
8) É preciso insistir no modelo familiar cristão, apesar de toda ideologia em contrário e dar maior atenção às famílias canonicamente irregulares. Propõe-se uma opção prioritária à família.
9) Dois cenários preocupantes: a) há hoje um caos cultural que deforma a compreensão da Verdade e da Bondade, levando ao autoisolamento e subjetivismo. Como consequência do consumismo aparece o relativismo moral e religioso que se transforma nas diversas formas de pseudorreligiosidade e neopaganismo. Esses e outros elementos são o cenário que a NE deve enfrentar. b) Os jovens se encontram numa situação insustentável: são envolvidos muito antecipadamente, com relação à própria idade, num mundo rico de informações, saberes, sensações, oportunidades de encontro, mas ao mesmo tempo são abandonados pelos adultos que os deveriam formar. Nunca na história houve tanta liberdade individual e de massa como para os jovens hoje, mas é uma promessa sem futuro, pois os adultos renunciaram a seu papel educativo... numa espécie de Édipo ao contrário, são os pais que matam seus filhos...
10) Se por um lado há muitas queixas, por parte dos Orientais e Africanos, contra a discriminação perseguição dos mulçumanos, por outro foram apresentadas boas experiências de conversões do islamismo. Perguntando a jovens mulçumanos qual a razão que os leva a se aproximarem do cristianismo, respondem: a alegria e a liberdade!
11) O Card. Rouco Varela (Madrid) afirmou: há secularismo porque houve secularização que tem suas raízes na crise pós-guerra, na "morte de Deus", no super-homem, nos totalitarismos (comunismo, nacionalismo, fascismo) que geraram a "Igreja do Silêncio". Nesse quadro, nasceu o Vaticano II, mas depois a crise se aprofundou com a revolução de "maio de 68" com uma radicalidade teórica e prática que afeta a própria pessoa humana... "um bebê de chipanzé tem mais direitos que uma criança com deficiência...". E a Igreja, o que fez? Certamente muita coisa, mas hoje é necessário mostrar em praça pública quem somos e o que somos. É hora de profundo exame de consciência, conversão pessoal e pastoral. A Igreja precisa "desmundanizar-se" para uma renovada e fecunda evangelização de nosso tempo!
12) O bispo japonês de Fukuoka agradeceu sensibilizado a grande ajuda que a Igreja do Ocidente deu àquele país por ocasião do terrível tutsinami: foi a prática da Gaudium et Spes e isso foi um importante sinal do Evangelho de Jesus para o povo japonês. Ao mesmo tempo manifestou grande esperança nos resultados do Sínodo.
13) Se a Igreja falhou no passado é porque transmitiu apenas conteúdo, doutrina fria, moralismos... hoje precisa centrar-se no Ato de Fé, no encontro e resposta pessoal a Jesus Cristo. é preciso evangelizar primeiramente os evangelizadores: bispos, presbíteros, vida consagrada, e uma séria conversão pastoral.
14) O superior geral dos dominicanos, Pe. Bruno Cadoré apresentou três desafios: 1) diálogo com as ciências: Deus confiou aos homens o trabalho de buscar juntos um "mundo comum a todos", um verdadeiro caminho para a "humanização do homem". 2) Desafio da liberdade: é preciso fazer como Jesus que caminhava com seus discípulos pela Palestina manifestando a fraternidade e amizade de Deus para com os homens. Precisamos aprender da paciência de Deus que confia na frágil liberdade humana: a evangelização encontra sua força na contemplação desse mistério da misericórdia. 3) O desafio da fraternidade: a graça do Espírito de Deus pode transfigurar a realidade humana da fraternidade em sacramento da amizade de Deus com os homens.
15. Dom Shlemon Warduni, bispo da Babilônia dos Caldeus afirmou: a NE deve fundamentar-se na graça do Espírito Santo que ilumina o homem e o faz acolher a vocação cristã. É preciso evangelizar-se a si mesmo para depois evangelizar os outros. Apresentou uma situação extremamente difícil para a Igreja no Iraque: número de cristãos em constante diminuição por causa da emigração contínua dos fiéis, dos catequistas e do clero, e também pelo mau exemplo da desunião entre os cristãos.
16) Por fim, o nosso irmão salesiano, Card. Ângelo Amato, fez um pronunciamento intitulado: Os santos evangelizam. Eles pregam e anunciam o Evangelho não tanto com a palavra, mas com o exemplo de vida mergulhada em Deus e fazendo o bem aos irmãos.
Roma, 15 de Outubro de 2012 - Santa Tereza de Jesus.
Pe. Luiz Alves de Lima, sdb.
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