quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Perante mais um massacre na Síria, cristãos estranham silêncio do mundo
Terça, 05 Novembro 2013  vanda de carvalho
 
“Pedimos socorro ao mundo, mas ninguém nos escutou.
Onde está a consciência cristã?
Onde está a consciência humana?
Onde estão os meus irmãos?”
                                         
Quase meia-centena de cristãos foram executados a sangue frio na vila de Sadad, na Síria, por islamitas que lutam contra o regime de Bashar al-Assad.
As diferentes igrejas cristãs da Síria estão unidas na condenação do mais recente episódio de violência contra os cristãos daquele país.
O massacre de pelo menos 45 cristãos teve lugar há cerca de quinze dias, mas apenas agora começam a surgir os detalhes.
O crime ocorreu na vila de Sadad, a cerca de 100 quilómetros de Damasco. A vila é quase exclusivamente cristã e tem uma população de cerca de 3000 pessoas.

Durante a semana de 21 de Outubro Sadad foi ocupada por milícias islamitas, que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Os rebeldes executaram pelo menos 45 cristãos a sangue frio e obrigaram milhares de outros a fugir da vila com apenas a roupa que traziam vestida.

Há relato ainda de 30 feridos e dez pessoas permanecem desaparecidas. Entre as vítimas encontra-se uma família composta por avós, filha e netos, entre os 90 e os 16 anos, todos estrangulados e lançados numa cisterna.

O arcebispo Selwanos Boutros Alnemeh, da Igreja Siro-Ortodoxa, presidiu ao funeral das vítimas e lançou uma pergunta ao mundo: “Pedimos socorro ao mundo, mas ninguém nos escutou. Onde está a consciência cristã? Onde está a consciência humana? Onde estão os meus irmãos?”

Para além das mortes que causaram, os rebeldes fizeram ainda graves estragos contra os edifícios e o património religioso da vila, que inclui igrejas e mosteiros multiseculares. As Forças Armadas acabaram por retomar a vila, permitindo que os civis regressassem às suas casas.

Os rebeldes que lutam contra o regime de Assad são compostos por vários grupos diferentes. Ao longo dos mais de dois anos e meio de revolta, as forças fundamentalistas têm ganho preponderância, aumentando paralelamente os actos de perseguição anticristãos.

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