sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo"

São Jerônimo nasceu em Dalmácia cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do Papa Dâmaso. Aprendeu o hebreu, a fim de poder estudar as Sagradas Escrituras em seu Original, chegando a dizer:“As fadigas que isto me causou e os esforços que me custaram, só Deus sabe. Quantas vezes desanimei e quantas voltei atrás e tornei a começar pelo desejo de saber; sei-o eu que passei por isso, e sabem-no também os que viviam na minha companhia. Agora dou graças ao Senhor, pois que colho os saborosos frutos das raízes amargas dos estudos”.

Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito ativo nos problemas e necessidades da Igreja. Diante da missão recebida afirmou:

“Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo que diz: ‘Examinai as Escrituras e procurai e encontrareis’ para que não tenhais de ouvir o que foi dito aos judeus: ‘Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus’. Se, de fato, como diz o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

JOVENS, VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO!

 
 
 

Queridos jovens amigos!

Durante todo o dia, pensei com alegria nesta noite, quando poderia estar aqui junto convosco e estar unido a vós na oração. Talvez alguns de vós tenham estado presentes na Jornada Mundial da Juventude, onde pudemos experimentar a singular atmosfera de serenidade, profunda comunhão e íntima alegria que caracteriza uma vigília noturna de oração. Espero que possamos nós também fazer a mesma experiência neste momento: Que o Senhor nos toque e faça de nós testemunhas jubilosas, que rezam juntas e servem de suporte umas às outras não só nesta noite, mas durante toda a nossa vida.
Em todas as igrejas, nas catedrais e nos conventos, em toda a parte onde se reúnem os fiéis para a celebração da Vigília Pascal, a mais santa de todas as noites começa com o acendimento do círio pascal, cuja luz é transmitida a todos os presentes. Uma minúscula chama irradia-se para muitas luzes e ilumina a casa de Deus que estava às escuras. Neste maravilhoso rito litúrgico que imitamos nesta vigília de oração, desvenda-se a nós, através de sinais mais eloquentes do que as palavras, o mistério da nossa fé cristã. Jesus, que diz de Si próprio: Eu sou a luz do mundo (Jo 8, 12), faz brilhar a nossa vida, para ser verdadeiro o que acabamos de ouvir no Evangelho: Vós sois a luz do mundo (Mt 5, 14). Não são os nossos esforços humanos nem o progresso técnico do nosso tempo que trazem a luz a este mundo. Experimentamos sempre de novo que o nosso esforço por uma ordem melhor e mais justa tem os seus limites. O sofrimento dos inocentes e, enfim, a morte de cada homem constituem uma escuridão impenetrável que pode talvez ser momentaneamente iluminada por novas experiências, como a noite o é por um relâmpago; mas, no fim, permanece uma escuridão acabrunhadora.
Ao nosso redor pode haver a escuridão e as trevas, todavia vemos uma luz: uma chama pequena, minúscula, que é mais forte do que a escuridão, aparentemente tão poderosa e insuperável. Cristo, que ressuscitou dos mortos, brilha neste mundo, e o faz de modo mais claro precisamente onde tudo, segundo o juízo humano, parece lúgubre e sem esperança. Ele venceu a morte – Ele vive – e a fé n’Ele penetra, como uma pequena luz, em tudo o que é escuro e ameaçador. Certamente quem acredita em Jesus não é que vê sempre só o sol na vida, como se fosse possível poupar-lhe sofrimentos e dificuldades, mas há sempre uma luz clara que lhe indica um caminho que conduz à vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Os olhos de quem acredita em Cristo vislumbram, mesmo na noite mais escura, uma luz e vêem já o fulgor dum novo dia.
A luz não fica sozinha. Ao seu redor, acendem-se outras luzes. Sob os seus raios, delineiam-se de tal modo os contornos do ambiente que podemos nos orientar. Não vivemos sozinhos no mundo. Precisamente das coisas importantes da vida, temos necessidade de outras pessoas. Assim, de modo particular na fé, não estamos sozinhos, somos anéis na grande corrente dos crentes. Ninguém chega a crer, se não for sustentado pela fé dos outros; mas, por outro lado, com a minha fé contribuo para confirmar os outros na sua fé. Ajudamo-nos mutuamente a ser exemplo uns para os outros, partilhamos com os outros o que é nosso, os nossos pensamentos, as nossas ações, a nossa estima. E ajudamo-nos mutuamente a orientar-nos, a identificar o nosso lugar na sociedade.
Queridos amigos, diz o Senhor: Eu sou a luz do mundo; vós sois a luz do mundo. É uma coisa misteriosa e magnífica que Jesus tenha dito de Si próprio e de cada um de nós a mesma coisa, ou seja, que somos luz. Se acreditarmos que Ele é o Filho de Deus que curou os doentes e ressuscitou os mortos, antes, que Ele mesmo ressuscitou do sepulcro e está verdadeiramente vivo, então compreenderemos que Ele é a luz, a fonte de todas as luzes deste mundo. Nós, ao contrário, não cessamos de experimentar a falência dos nossos esforços e o erro pessoal, apesar das melhores intenções. Ao que parece, não obstante o seu progresso técnico, o mundo onde vivemos, em última análise, não tem se tornado melhor. Existem ainda guerras, terror, fome e doença, pobreza extrema e desalmada repressão. E mesmo aqueles que, na história, se consideraram portadores de luz, mas sem ter sido iluminados por Cristo que é a única verdadeira luz, para dizer a verdade, não criaram paraíso terrestre algum, antes instauraram ditaduras e sistemas totalitários onde até a mais pequena centelha de humanismo foi sufocada.
Neste ponto, não devemos calar o fato de que o mal existe. Vemo-lo em tantos lugares deste mundo; mas vemo-lo também – e isto assusta-nos – na nossa própria vida. Sim, no nosso próprio coração, existe a inclinação para o mal, o egoísmo, a inveja, a agressividade. Com certa autodisciplina, talvez isto se possa, em certa medida, controlar. Caso diverso e mais difícil se passa com formas de mal mais escondido, que podem envolver-nos como um nevoeiro indefinido, tais como a preguiça, a lentidão no querer e no praticar o bem. Repetidamente, ao longo da história, pessoas atentas fizeram notar que o dano para a Igreja não vem dos seus adversários, mas dos cristãos tíbios. Então como pode Cristo dizer que os cristãos – sem ter excluído os cristãos fracos e frequentemente tão tíbios – são a luz do mundo? Compreenderíamos talvez que Ele tivesse gritado: Convertei-vos! Sede a luz do mundo! Mudai a vossa vida, tornai-a clara e resplandecente! Não será caso de ficar maravilhados ao vermos que o Senhor não nos dirige um apelo, mas diz que somos a luz do mundo, que somos luminosos, que resplandecemos na escuridão?
Queridos amigos, o apóstolo São Paulo, em muitas das suas cartas, não tem receio de designar por santos os seus contemporâneos, os membros das comunidade locais. Aqui torna-se evidente que cada batizado – ainda antes de poder realizar boas obras ou particulares ações – é santificado por Deus. No batismo, o Senhor acende, por assim dizer, uma luz na nossa vida, uma luz que o Catecismo chama a graça santificante. Quem conservar essa luz, quem viver na graça, é efetivamente santo.
Queridos amigos, a imagem dos santos foi repetidamente objeto de caricatura e apresentada de modo distorcido, como se o ser santo significasse estar fora da realidade, ser ingênuo e viver sem alegria. Não é raro pensar-se que um santo seja apenas aquele que realiza ações ascéticas e morais de nível altíssimo, pelo que se pode certamente venerar, mas nunca imitar na própria vida. Como é errada e desalentadora esta visão! Não há nenhum santo, à exceção da bem-aventurada Virgem Maria, que não tenha conhecido também o pecado e que não tenha caído alguma vez. Queridos amigos, Cristo não se interessa tanto de quantas vezes vacilastes e caístes na vida, mas, sobretudo, de quantas vezes vos erguestes. Não exige ações extraordinárias, mas quer que a sua luz brilhe em vós. Não vos chama porque sois bons e perfeitos, mas porque Ele é bom e quer tornar-vos seus amigos. Sim, vós sois a luz do mundo, porque Jesus é a vossa luz. Sois cristãos, não porque realizais coisas singulares e extraordinárias, mas porque Ele, Cristo, é a vossa vida. Sois santos, porque a sua graça atua em vós.
Queridos amigos, nesta noite em que nos reunimos em oração ao redor do único Senhor, vislumbramos a verdade da palavra de Cristo segundo a qual não pode ficar escondida uma cidade situada no cimo de um monte. Esta assembléia brilha nos vários significados da palavra: quer no clarão de inúmeras luzes, quer no resplendor de tantos jovens que acreditam em Cristo. Uma vela só pode dar luz, deixando-se consumir pela chama; permaneceria inútil, se a sua cera não alimentasse o fogo. Permiti que Cristo arda em vós, ainda que isto possa às vezes implicar sacrifício e renúncia. Não tenhais medo de poder perder alguma coisa, ficando, no fim, por assim dizer de mãos vazias. Tende a coragem de empenhar os vossos talentos e os vossos dotes pelo Reino de Deus e de vos dar a vós mesmos – como a cera da vela –, para que o Senhor ilumine, por vosso meio, a escuridão. Sabei ousar ser santos ardorosos, em cujos olhos e coração brilha o amor de Cristo e que, deste modo, trazem luz ao mundo. Eu confio que vós e muitos outros jovens aqui na Alemanha sejam chamas de esperança, que não ficam escondidas. Vós sois a luz do mundo. Amém.
 
(Encontro do Papa com os Jovens em sua visita a Alemanha)

FONTE: ZENIT.org

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Papa regressa ao Vaticano confiante no "futuro do cristianismo"


Viagem de quatro dias marcada por apelos à união entre católicos e ao respeito pela liberdade religiosa na Europa pós-Muro de Berlim.
O Papa despediu-se da Alemanha, após uma viagem de quatro dias, a primeira com estatuto de visita de Estado, marcada por vários apelos à união entre católicos e ao respeito pela dimensão pública da religião.
"Recordo com prazer as celebrações litúrgicas comuns, a alegria de ouvir juntos a Palavra de Deus e de rezar unidos - e isto sobretudo nas partes do país onde, durante decénios, se tentou remover a religião da vida das pessoas. Isto enche-me de confiança quanto ao futuro do cristianismo na Alemanha", disse o Papa no seu discurso final, proferido no aeroporto de Lahr, 50 quilómetros a norte de Friburgo, no sudoeste alemão.
Diante do presidente germânico, Christian Wulff, Bento XVI passou em revista a terceira viagem à Alemanha, 21ª ao estrangeiro (16ª na Europa), que se iniciou na quinta-feira e contou com passagens por Berlim, Erfurt, Etzelsbach e Friburgo, tendo como lema 'Onde há Deus, há futuro'.
Uma visita que incluiu o primeiro discurso alguma vez proferida por um Papa no parlamento federal alemão, o Bundestag, no qual apelou à redescoberta do património cristão da Europa para defender o futuro do "Estado de Direito" no Velho Continente.
Várias intervenções de Bento XVI visaram a tendência de remeter a religião para o espaço privado ou mesmo de a "marginalizar", preocupação que partilhou com representantes muçulmanos e, antes, com líderes judaicos, junto dos quais lembrou as "horríveis imagens que chegaram dos campos de concentração" nazi e o Holocausto.
Após a passagem pela capital germânica, o Papa entrou no território da antiga República Democrática Alemã, na qual homenageou a resistência da fé face à ditadura nazi e ao regime comunista, que comparou a uma "chuva ácida", sublinhando o papel dos católicos na queda do Muro de Berlim, em 1989.
A região o encontro com membros da comunidade protestante, num antigo convento Agostinho em que viveu Martinho Lutero, um dos «pais» da reforma do século XVI.
O Papa reafirmou distâncias quando se mostrou mais próximo das Igrejas da Ortodoxia e disse aos luteranos que a vivência da fé não pode admitir qualquer "adulteração" para poder fazer face a um "mundo secularizado".
Nos discursos dirigidos aos católicos na Alemanha - que proporcionaram ao Papa vários banhos de multidão -, Bento XVI criticou os conflitos internos que afastam os católicos da sua ligação ao Vaticano e aos seus bispos, bem como a excessiva institucionalização das comunidades, defendendo a libertação de qualquer "fardo material e político" na Igreja para superar uma "crise de fé".
Os "tristes escândalos" de abusos sexuais de menores por membros do clero e em instituições Ecclesiais também mereceram a atenção do Papa, que recebeu um grupo de vítimas, após ter admitido "compreender" quem deixa a Igreja por se sentir "escandalizado por estes crimes, que foram revelados nos últimos tempos".
Um tempo difícil para o qual Bento XVI pediu o apoio dos fiéis, declarando que "permanecer em Cristo" significa "permanecer na Igreja".
"Agradeço a todos por estes dias estupendos, por tantos encontros pessoais e pelos inumeráveis sinais de atenção e de estima que me manifestaram", disse o Papa, antes de regressar ao Vaticano, onde chegou esta noite após mais de 2750 quilómetros percorridos em 84 horas e meia.
OC.

sábado, 24 de setembro de 2011

As Faces da Pobreza no mundo

Mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de um dólar por dia. Outros 2.7 bilhões lutam para sobreviver com menos de dois dólares por dia. A pobreza nos países em desenvolvimento, no entanto, vai muito além da pobreza de renda. Significa ter de caminhar mais de 1,5 quilômetros todos os dias, apenas para ir buscar água e lenha; significa sofrer de doenças que, nos países ricos, foram erradicadas há décadas. Todos os anos, morrem onze milhões de crianças , a maioria das quais com menos de cinco anos; e mais de seis milhões morrem devido a causas totalmente evitáveis como a malária, a diarréia e a pneumonia.

Em alguns países extremamente pobres, menos de metade das crianças freqüentam o ensino primário e uma percentagem inferior a 20% passa para o ensino secundário. No mundo inteiro, 114 milhões de crianças não recebem instrução sequer ao nível básico e 584 milhões de mulheres são analfabetas.

Apresentamos em seguida alguns dados elementares que revelam as causas e expressões da pobreza que afeta mais de um terço da população mundial.
Saúde
  • Todos os anos, seis milhões de crianças morrem de má nutrição de fazer cinco anos.
  • Mais de 50% dos africanos sofrem de doenças relacionadas à qualidade da água, como cólera e diarréia infantil.
  • Todos os dias , o HIV/AIDS mata 6.000 pessoas e infecta outras 8.200 .
  • A cada 30 segundos, uma criança africana morre devido à malária – o que significa mais de um milhão de crianças mortas por ano.
  • A cada ano, aproximadamente 300 a 500 milhões de pessoas são infectadas pela malária. Aproximadamente três milhões de pessoas morrem por causa da doença.
  • Tuberculose (TB) é a principal causa de morte relacionada com a AIDS e, em algumas partes da África, 75% das pessoas portadoras do vírus HIV também têm TB.
Fome
  • Mais de 800 milhões de pessoas vão se deitar todas as noites com fome; dentre elas, 300 milhões são crianças.
  • Desses 300 milhões de crianças, apenas 8% são vítimas de fome ou de outras condições de emergência. Mais de 90% sofrem de má nutrição prolongada e de um déficit de micronutrientes.
  • A cada 3,6 segundos , mais uma pessoa morre de fome; em sua grande maioria, crianças com menos de 5 anos.
Água
  • Mais de 2,6 bilhões de pessoas - mais de 40% da população mundial – carecem de saneamento básico e mais de um bilhão continua a usar fontes de água imprópria para o consumo.
  • Quatro em cada dez pessoas no mundo carecem de acesso a uma simples latrina.
  • Cinco milhões de pessoas, na sua maioria crianças, morrem todos os anos de doenças relacionadas à qualidade da água.
Agricultura
  • Em 1969, a África era um exportador líquido de alimentos; hoje, o continente importa um terço dos cereais de que necessita.
  • Mais de 40% dos africanos não têm capacidade de obter diariamente os alimentos suficientes.
  • A decrescente fertilidade dos solos, a sua degradação e a pandemia da AIDS levaram a uma diminuição da produção de alimentos per capita da ordem dos 23%, nos últimos 25 anos, apesar de a população ter aumentado muito significativamente.
  • O agricultor africano paga pelos fertilizantes convencionais entre três e seis vezes mais do que o seu custo no mercado mundial.
 O efeito devastador da pobreza nas mulheres
  • Mais de 80% dos agricultores da África são mulheres.
  • Mais de 40% das mulheres africanas carecem de acesso ao ensino básico.
  • Se uma menina receber instrução durante seis anos ou mais, a sua utilização, quando adulta, dos cuidados pré e pós-natais e a taxa de sobrevivência ao parto aumentam significativamente.
  • As mães que possuem instrução vacinam os filhos com uma freqüência 50% superior à das mães não-instruídas.
  • A AIDS propaga-se com o dobro da rapidez entre as meninas não instruídas, em comparação com aquelas que têm alguma escolaridade.
  • Os filhos de uma mulher que freqüentou o ensino primário durante cinco anos apresentam uma taxa de sobrevivência 40% superior aos filhos das mulheres sem qualquer instrução.
  • Uma mulher da África sub-saariana tem 1 possibilidade em 16 de morrer durante a gravidez ou o parto. Na América do Norte, o risco de é 1 em cada 3700 casos.
  • Em cada minuto, uma mulher morre no mundo durante a gravidez ou o parto. Isto significa que, no total, morrem 1.400 mulheres por dia – isto é, 529.000 por ano – devido a causas relacionadas com a gravidez.
Quase metade dos partos, nos países em desenvolvimento, não são assistidos por um técnico de saúde.

FONTE: http://www.pnud.org.br/milenio/index.php

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Papa alerta para consequências da «indiferença» perante a religião .

Bento XVI inicia primeira visita de Estado à sua terra natal afirmando que não segue «objectivos políticos ou económicos».

Bento XVI afirmou hoje na Alemanha que a "indiferença crescente na sociedade" perante a religião pode colocar em risco a "convivência" entre todas as pessoas.


"A respeito da religião, constatamos uma indiferença crescente na sociedade, que, nas suas decisões, tende a considerar a questão da verdade sobretudo como um obstáculo, dando por isso a prioridade às considerações utilitaristas", disse, ao ser recebido em Berlim pelo presidente alemão, Christian Wulff.


No seu primeiro discurso na capital germânica, o Papa destacou que "a liberdade precisa de uma ligação primordial a uma instância superior" e que "o facto de haver valores que não são de modo algum manipuláveis" é a "verdadeira garantia" da liberdade.


A cerimónia de boas-vindas na primeira visita de Estado de Bento XVI à sua terra natal, seis anos após a sua eleição (Abril de 2005) decorreu nos jardins do palácio, residência oficial do chefe de Estado alemão.


"Embora a minha viagem seja uma visita oficial que reforçará as boas relações entre a República Federal da Alemanha e a Santa Sé, não vim aqui primariamente por ter em vista certos objectivos políticos ou económicos, como justamente fazem outros homens de Estado, mas para encontrar o povo e falar-lhe de Deus", precisou o Papa, numa intervenção sublinhada pelas palmas dos presentes.


Para Bento XVI, a "convivência" social exige uma "base vinculativa", "caso contrário, cada um vive só para o seu individualismo".


"A religião é um destes fundamentos para uma convivência bem sucedida", indicou.


O discurso papal assinalou a importância da "solidariedade": "Só usando também as minhas forças para o bem dos outros é que posso verdadeiramente realizar-me como pessoa livre. Isto vale não só no âmbito privado mas também na sociedade".


Christian Wulff afirmou, por diversas vezes, que o Papa voltava "a casa", recordando a ligação do país à Igreja Católica e a ação de João Paulo II (1920-2005) no processo que levou à reunificação da Alemanha Ocidental e de Leste, em 1990.


Cerimónia de boas-vindas no Castelo de Bellevue de Berlim


Bento XVI falou da história alemã, incluindo as "páginas escuras do passado", convidando todos a "aprender com elas e receber estímulos para o presente".

"A República Federal da Alemanha tornou-se naquilo que é hoje, através da força da liberdade plasmada pela responsabilidade diante de Deus e a de cada um perante o outro. Ela precisa desta dinâmica, que envolve todos os âmbitos humanos, para poder continuar a desenvolver-se nas condições atuais", apontou.


Após a cerimónia, tem lugar uma "visita de cortesia" ao presidente Christian Wulff, em privado, dirigindo-se o Papa em seguida para a sede da Conferência Episcopal em Berlim, junto da Academia Católica, onde às 12h50 decorre um encontro com a chanceler Angela Merkel.


Para a tarde, está marcado um discurso no parlamento federal, gesto que gerou protestos de alguns partidos da oposição.


O primeiro dia da visita papal conclui-se com uma missa, às 18h30, no Estádio Olímpico de Berlim, cidade com 7% de católicos (dados do Vaticano), onde se esperam mais de 70 mil pessoas.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Viagem Apostólica do Santo Padre à Alemanha

Viagem de quatro dias inclui passagem pelo convento onde viveu Martinho Lutero.

Bento XVI vai iniciar esta quinta-feira a sua terceira viagem à Alemanha desde que foi eleito Papa, em 2005, uma iniciativa que tem, pela primeira vez, carácter de visita de Estado.


O Papa será recebido pelo presidente federal, Christian Wulff, e por Angela Merkel em Berlim, na quinta-feira, dia no qual vai discursar perante o parlamento alemão, o Bundestag, um gesto que gerou protestos de alguns partidos da oposição.
Para o representante diplomático do Vaticano na Alemanha, D. Jean-Claude Périsset, estas reacções à visita de Bento XVI demonstram desconhecimento do que "representa a pessoa do Papa".

"Espero que os protestos decorram dentro dos limites do que é correto, tendo em conta que o convite partiu do próprio parlamento. Caso contrário, manifestar-se-ia uma atitude intolerante", alerta o núncio apostólico em Berlim, falando à Rádio Vaticano.


O embaixador da Alemanha junto da Santa Sé, Walter Jürgen Schmid, reforça a ideia de que "a visita do Papa é uma visita de Estado, uma visita oficial", o que significa que "acontece a convite do presidente da República" alemã, considerando o discurso no Bundestag como um "acontecimento extraordinário".


O Papa alemão esteve na sua terra natal em 2005 (Jornada Mundial da Juventude em Colónia) e 2006 (visita à Baviera, região onde nasceu).
Esta terceira viagem conta com passagens por Berlim, Erfurt, Etzelsbach e Friburgo, tendo como lema 'Onde há Deus, há futuro'.

A chegada a Berlim, na quinta-feira, está prevista para as 10h30 locais (menos uma em Lisboa) e a cerimónia de boas vindas, com o primeiro discurso papal, acontece no castelo de Bellevue, às 11h15, seguida de uma visita de cortesia ao presidente alemão.


Às 12h50 decorre um encontro com a chanceler Angela Merkel, na sede da conferência episcopal alemã, antes do discurso no parlamento federal.
Bento XVI recebe depois representantes da comunidade judaica - em 2005, na visita a Colónia, o Papa visitara a sinagoga local.

O primeiro dia da visita papal conclui-se com uma missa, às 18h30, no Estádio Olímpico.


Antes de voar até Erfurt, na sexta-feira, Bento XVI vai encontrar-se, ainda em Berlim, com representantes da comunidade muçulmana na Nunciatura Apostólica [embaixada da Santa Sé].


Em Erfurt, capital da Turíngia, no leste do país, o Papa começa por visitar a catedral católica, reunindo, pelas 11h45, com representantes do Conselho da Igreja Evangélica Alemã no antigo convento dos Agostinhos, onde viveu Martinho Lutero (1483-1546), antes de promover a reforma que o levou à separação de Roma.


"A verdadeira grandeza do evento consiste nisso mesmo, que nesse lugar possamos pensar em conjunto, escutar a Palavra de Deus e rezar; assim, estaremos intimamente próximos e manifestar-se-á um verdadeiro ecumenismo", disse o Papa numa mensagem ao povo alemão, transmitida no sábado à noite pela televisão pública germânica.


O sábado inicia-se com a missa no Domplatz de Erfurt, às 09h00, partindo o Papa para Friburgo, onde visita a catedral católica pelas 14h00 e saúda os cidadãos, na Münsterplaz.

Às 19h00, na Feira de Friburgo, o Papa preside a uma vigília de oração com os jovens.


O dia final da visita começa com uma missa no aeroporto turístico de Friburgo, pelas 10h00.


A chegada a Roma está prevista para as 20h45 de domingo, após seis voos, 12 discursos, três homilias, duas saudações e mais de 2750 quilómetros percorridos em 84 horas e meia.

Viagem Apostólica do Santo Padre à Alemanha

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carta de amor à humanidade

"As comunidades católicas consagram setembro como mês bíblico e o próximo domingo é considerado o "dia da Bíblia". Na América Latina, a consequência mais positiva da renovação da Igreja, suscitada pelo Concílio Vaticano II, foi dar às pessoas mais simples acesso à Bíblia e a alegria de, nela, descobrir uma palavra divina para animar e fortalecer a caminhada da vida.
 
No passado, às vezes, a Bíblia provocava medo. Os impérios coloniais se serviram da Bíblia para legitimar suas ambições. Até recentemente, ao tomarem o poder, ditadores faziam juramento com a mão sobre a Bíblia. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos EUA, o presidente Bush aparecia na televisão com a Bíblia nas mãos e, em nome de Deus, conclamava o povo norte-americano a invadir países da Ásia. Diante disso, movimentos e grupos, comprometidos com a justiça e a libertação, chegaram a considerar a Bíblia um instrumento de violência e opressão e, por isso, rejeitá-la. Entretanto, a maioria dos grupos populares na América Latina não aceitou isso. Ao contrário, as comunidades passaram a ler a Bíblia e ligá-la à vida e ao caminho dos pobres. Em vários países do continente, homens e mulheres cristãos, animados pela palavra de Deus, participam ativamente da caminhada pela justiça e libertação.
 
Já nos anos 70, nos círculos bíblicos que animava por todo o Brasil, frei Carlos Mesters propunha ler a Bíblia não como um conjunto de textos isolados, nem como soma de citações para provar teses. Ele propunha ler a Bíblia, descobrindo em todas as suas páginas uma continuidade. De livro em livro, a Bíblia contém um fio norteador que nos orienta sobre qual é o projeto de Deus para nós e para o mundo. Em cada um de seus livros, podemos descobrir uma revelação progressiva desse projeto divino. O exegeta Francisco Orofino compara os textos bíblicos com fotografias tomadas em trechos de uma estrada do interior. A estrada têm muitas curvas, subidas e descidas. Alguém que se fixar apenas em uma foto pode pensar: "essa estrada vai para lá", ou "ela é uma descida" e, assim, se equivocar. Para conhecer a estrada, precisamos saber de onde ela parte e para onde nos leva. As curvas e rodeios fazem parte do itinerário. Na parte mais antiga da Bíblia que, hoje, por respeito aos irmãos e irmãs do Judaísmo, preferimos chamar de "primeiro testamento", o projeto divino é denominado de "aliança" que Deus faz com o seu povo. É um acordo, baseado em uma lei, que visa assegurar a justiça e o direito para todos, como condição de intimidade com Deus. No Novo Testamento, parte escrita pelas primeiras comunidades cristãs, a mesma realidade é chamada por Jesus de "reino ou reinado de Deus" e em outros textos, simplesmente de vida nova ou plenitude de vida.
 
Há muitos textos na Bíblia que parecem legitimar a violência, a intolerância e até as guerras. Essas realidades faziam parte da cultura do povo, como até hoje, constatamos na sociedade. Deus vai educando o seu povo para uma forma nova de viver e compreender a vida. Para nós, cristãos, Jesus é o cume dessa revelação. Ao se confrontar com a violência do mundo, sua reação foi de amor extremo por todos. Se alguém tinha de ser vítima daquele mundo violento, que esse alguém fosse ele mesmo. Ele não queria morrer e nem Deus queria que ele morresse, mas ele assumiu a morte por solidariedade aos que são vítimas da violência humana e para que, a partir de sua doação, todas as pessoas pudessem viver plenamente, tendo em si a própria vida divina, dada pelo Espírito.
 
Ao olharmos a história da humanidade, podemos pensar que Jesus fracassou. O mundo continua, cada vez, mais violento e cruel. A isso, o saudoso padre José Comblin respondia: "Isso mudará quando começarmos a viver a proposta de Jesus que, de fato, até aqui, nunca foi realmente experimentada". Hoje, para quem aceita ler a Bíblia com olhos novos, esse é o desafio. Essa é a missão. Como diz a 2a carta de Pedro: "nesse caminho, fazemos bem em confiar na palavra dos profetas, (a Bíblia). Ela é como uma lâmpada que brilha em um lugar escuro, até que o dia clareie e o astro da manhã brilhe em nossos corações" (2 Pd 1, 19)."
 
Marcelo Barros

terça-feira, 20 de setembro de 2011

ECOS DO JUBILEU


"Carissima Sr. A. Vanda, a nome della Madre e delle Sorelle Assistenti ti invio i più belli e fraterni auguri in occasione del 25° della missione in Angola.
Ti / vi accompagniamo con la preghiera e partecipiamo della vostra gioia, intimamente, rendendo grazie al Signore soprattutto per la vostra generosità, il vostro sacrificio, l'audacia che molto spesso siete chiamate a vivere e che in modo del tutto particolare vi nobilita come figlie di Madre Rosa...
Il Signore, per intercessione di M.Rosa, di S.Anna e di Maria, vi doni tutte le grazie necessarie per portare avanti la missione che vi ha affidato e che con tanto amore svolgete. 
Siate certe della nostra vicinanza e del nostro sostegno.
Lo Spirito Santo vi regali energia per rispondere sempre in modo adeguato alle esigenze dei fratelli.
Da tutte noi  un GRAZIE continuo e un abbraccio per farvi sentire il calore del nostro affetto”.
Sr. A. Gemma, per tutte. Ciao


“Vanda, que alegria!
A vida fazendo história. Os meus parabéns e as minhas orações para
que a vida cresça sempre mais!
Um grande abraço e lembranças para todas as Irmãs que, hoje, levam adiante esta história de vida, de serviço, de missão”.
Ir. Ma. Helena


“Querida yaya e toda delegação pela nossa caminhada com o Senhor, durante 25 anos. Agradecemos bastante este Pai que nos quer na sua vinha, para revelar o seu rosto misericordioso, a Ele o louvor, a honra  pelos séculos dos séculos.
Os nosso 25 anos não é pouca coisa e sim estamos com Ele só  a Sua graça nos bastou pra chegar. Caminhemos para frente de mãos dadas.
 Avante o caminho é belo. Parabéns, parabéns.
 O povo de Deus andaram no deserto, mas Eles tinham a sua Esperança no Senhor e chegaram na terra prometida! Também nós chegaremos um dia. Pensamos nas nossas Irmãs que começaram a nossa delegação.
Aquelas que estão ainda na terra , o Senhor lhes conceda mais vida e Aquelas que já partiram que elas gozem da terra prometida, contemplem a visão salvífica do Pai e lhes concedam o eterno descanso. Obrigada. Estou muito contente deste fato. Em união de oração.”
Ir. Laurence

"Minha querida Ir. Vanda. Muito me alegrei com esta noticia.
 Unimo-nos a ti, a Ir. Consuelo, às nossas Irmãs presentes e aquelas que já contemplam o rosto misericordioso do Pai e fazem coroa a Sant'Ana. Celebramos cada momento juntamente com vocês, invocando a proteção divina e abundância de Providência e fecundidade vocacional.
Abraço cada uma no coração de Sant'Ana”.
 Do teu irmão P. Valdo fsa.

“Carissima Vanda e Sorelle:
Grazie a Dio e alle Prime Sorelle che hanno avuto coraggio di seminare il nostro Carisma in Angola gioia con Voi e vi assicuriamo la nostra preghiera Auguri Congratulation! che Dio benedica ancora con molta e santa vocazione”. 
Sr. A. Birikti - Kenya


“OBRIGADO IR. VANDA
Pela informação do evento jubilar dos 25 anos da vossa presença em Angola. Com certeza esse ano, caracterizado de tantas iniciativas, orações e reflexões, é antes de tudo um ano de graças a Deus, que, nos momentos difíceis da historia de Angola, soube iluminar aquelas que conduziram a Delegação até que chegasse a esta data.
De longe, mas com as nossas orações, no espírito de família e no coração de Santa Ana, estaremos sempre presentes”.
Bem Haja
Com afecto: Pe. Adelio

“Carissima Vanda,
Abbiamo appreso con gioia e commozione il grande evento che avete cominciato a celebrare e che già ci siamo unite in preghiera per voi con tutto il popolo Angolano per rendere grazie al Signore.
Sentitevi accompagnate perchè facciamo nostre le gioie, le speranze e le angosce della bella realtà che nel nome di Sant'Anna servite con tanta dedizione e sacrificio.
Vi staremo vicine mentre vi auguriamo le cose più belle e la benedizione delle nostre tre sante Madri”.

Con grande affetto Sr.A.Silvia e le sorelle della Provincia Italiana.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Comunidade Formativa de Lubango nas Festividades do Jubileu


Renovação de Votos da Irmã Cristina - Na Festa da Natividade.



Participação junto a Paróquia na celebração de abertura do Jubileu.

sábado, 17 de setembro de 2011

A parábola do patrão diferente (Mt 20,1–16)   Marcelo Barros

por Marcelo Barros - Conversa com Mateus
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Queridos irmãos e irmãs

Certamente essa parábola de Jesus serviu a vocês para clarear a posição que vocês, e certamente, desde o início Jesus, tomaram com relação aos não judeus. Na Bíblia, "a vinha" é uma imagem clássica do povo de Deus e da obra que Deus faz conosco - Cf. Is 5 e Salmo 80).
Nessa história, os "operários que trabalharam o dia inteiro na lavoura" significam o povo judeu. Os trabalhadores da última hora são os não judeus, pagãos (goims). Para nós que vivemos num país no qual ainda é normal o trabalho diário dos assalariados volantes (boias-frias), parece familiar o fato de Jesus (ou vocês) descrever a realidade social da Judéia como sendo de desemprego e de trabalhos por contrato diário.
Conhecemos ainda hoje essa realidade de pessoas sem emprego, aceitando qualquer oferta que lhe façam. Diferente é esse patrão que age completamente fora das leis sociais vigentes em qualquer sociedade. A maioria dos comentadores chamam essa história de "parábola dos trabalhadores da vinha". O nome mais indicado seria "Parábola do patrão original ou diferente".
A parábola é sobre o comportamento dele. Todo o problema para os primeiros contratados é que ele, além de começar a pagar pelos últimos, os iguala aos primeiros que suportaram o peso e o calor do dia. A parábola é sobre "os direitos" iguais que todos têm diante do convite de Deus e da recompensa que ele promete.
O que os judeus retratados na parábola não aceitam é que "ele os equiparou a nós". No tempo de Mateus, o Talmud já dizia: "um pagão que retorna ao Senhor é maior do que o sumo-sacerdote do santuário"81. O judaísmo oficial aceitava com tranqüilidade que os pagãos podem ser salvos e que Deus oferece a todos os bens da aliança. Isso, os rabinos aceitavam sem problemas. Mas, não podiam compreender uma igualdade de condições entre Israel e os pagãos. Já vimos que mesmo Jesus (no episódio da cura da filha da mulher sírio-fenícia) e Paulo na carta aos romanos dizem claramente: "primeiramente os judeus e depois os outros".
Aqui, Jesus dá um passo adiante e diz que Deus começa pelos últimos e dá a estes o mesmo que dá aos primeiros. Os rabinos diziam que "quando Deus promulgou a Torá ofereceu-a a todas as nações e somente Israel aceitou. Por isso, cada israelita tem tanta importância para Deus quanto têm todos os outros povos do mundo. Todos os dias, o judeu piedoso deve agradecer a Deus por não ter nascido ‘goim'. Só Israel foi capaz de observar a lei".
Na própria tradição bíblica, os profetas já insistiam na universalidade do amor de Deus e na igualdade de todos perante o Senhor. O profeta Amós chega a dizer: "Por acaso, não sois vós para mim, filhos de Israel, iguais aos filhos dos etíopes?, diz o Senhor. Acaso, não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, do mesmo modo como fiz os filisteus virem de Caftor e os sírios de Quir?" (Am 9, 7).
Hoje, numa sociedade marcada pela desigualdade social, essa parábola não deixa de nos lembrar que Deus propõe igualdade. O fato é que, mesmo no plano social, se não se aceita partir dos últimos e dar a eles tanto quanto aos que são considerados "primeiros", nunca haverá justiça. Pergunta à comunidade de Mateus: Será que vocês se inspiraram numa parábola do Talmud e a puseram na boca de Jesus, o rabino da comunidade cristã?
81 -Eis a parábola do Talmud:
"Um rei contratou muitos operários. Um deles teve dificuldade de suportar o trabalho. O rei o levou para passear com ele. Quando chegou a tarde, os operários vieram receber o salário e o rei pagou ao operário que tinha passeado tanto quanto aos outros. Estes se queixaram dizendo: "Trabalhamos o dia inteiro enquanto este só trabalhou duas horas e lhe dás um salário completo como a nós". O rei respondeu: "Este se cansou em duas horas mais do que vocês durante todo o dia" (Jr. Berkhot II, 8, 5c 83).
De qualquer modo, vocês transformaram o sentido da parábola porque Jesus não favorece qualquer interpretação no sentido dos rabinos de que o motivo do senhor igualar os salários é o fato de que os últimos se cansaram em menos tempo tanto quanto os primeiros. Jesus insiste que Deus faz isso de graça e não pelo mérito dos operários.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Bem Vinda a Angola


Chegou hoje em Luanda a voluntária Brasileira Rosalúbia para um ano de serviço na Delegação São Francisco de Assis.


Querida Rosalúbia a nossa Delegação se alegra com a sua presença.
Desejamos uma frutuosa e abençoada missão entre nós e o 
povo Angolano.


Escola Sant'Ana - Luanda


Homenagem ao "Heroi Nacional "Agostinho Neto.
Lider no processo de Independência e
Primeiro Presidente de Angola.

Cantando o Hino Nacional
Professor falando para os alunos da importância de Agostinho Neto para a história de Angola.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Papa diz que: O relativismo moral causa frustração, violência e desespero

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papNo discurso ao novo embaixador do Reino Unido junto da Santa Sé, Bento XVI pediu "instrução, oportunidades sociais e emprego" porque "quando as políticas não promovem valores objetivos", tendem a produzir "frustração, desespero, solidão e desprezo pela vida e pela liberdade dos outros".

Nigel Marcus Backer foi recebido esta sexta-feira, em Castelgandolfo, para a apresentação das cartas credenciais, e Bento XVI recordou os ensinamentos do Beato Cardeal Newman, visto que são "úteis a todos aqueles que procuram soluções para as questões politicas, económicas e sociais da nossa época".

Bento XVI pediu também que o bem-estar "seja distribuído melhor na sociedade" e sublinhou os caminhos a percorrer: "defender os valores essenciais de uma sociedade sã, através da defesa da vida e da família; uma educação moral dos jovens; uma fraterna consideração dos pobres e dos débeis".

O Papa recorda o sucesso da recente histórica visita da Rainha Isabel à Irlanda definindo-a como uma etapa importante no processo de reconciliação com a Irlanda do Norte que - acrescenta - "felizmente está a tornar-se cada vez mais estável não obstante alguns episódios que se verificaram nos meses passados" - lê-se no site da Rádio Vaticano.

PCCS e RIIAL realizam Congresso Internacional de Comunicação no Chile

De 17 a 20 de outubro acontecerá em Santiago, Chile, o Congresso Internacional “Igreja e Cultura Digital”, organizado pela Rede de Informática da Igreja na América Latina (RIIAL).
O Congresso é promovido pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais (PCCS) e o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), junto com a Conferência Episcopal do Chile e Pontifícia Universidade do Chile. O PCCS, dom Claudio María Celli, marcará presença no evento, além de todos os bispos e assessores do Continente Latino Americano da comunicação e especialistas e profissionais da área.
De acordo com a coordenadora Geral da RIIAL, Leticia Soberón, o encontro dirigirá “um olhar lúcido, sem ingenuidade, porém cheio de esperança para a sociedade digital de hoje, para discernir suas oportunidades e evitar seus riscos. Nosso objetivo é conhecer melhor a cultura comunicativa para anunciar Jesus Cristo em sua própria linguagem, realizando a Missão Continental, suscitando autêntica comunhão numa sociedade hiper comunicada onde as pessoas se sentem com freqüência solitárias”.
Soberón afirmou ainda que o Congresso deseja lançar uma “decidida luta contra a exclusão digital de pessoas e comunidades, estudando o mapa da conectividade da Igreja onde estão as comunidades que não têm acesso ao banquete da cultura e do intercâmbio pela Internet, para contribuir também com suas próprias experiências”. Ela acrescentou que, como em uma mesa comum, vai tentar colocar juntos aqueles que possuem soluções com aqueles que as buscam.
O evento também vai recolher os frutos de vários anos de trabalhos realizados no continente por diversas entidades e pessoas, além do PCCS, o Celam e as Conferências Episcopais, como são as associações de comunicadores SIGNIS e OCLACC, o Centro Guadalupe e o Grupo de Investigação e Reflexão da RIIAL, a Associação de Servidoras, CAMECO e tantos outros serviços e meios eclesiais de comunicação.

Temas e participação
O Congresso inclui três grandes campos temáticos: Teológico e Pastoral, Inclusão digital e Aplicativos (discernimento tecnológico ante as diversas necessidades). O modo de participação pode ser: presencial ou virtual.
O programa do Congresso, o modo de participação e as contribuições do processo de preparação, se encontram disponíveis no site do congresso: www.riial.org/congreso.
Fontes para aprofundar sobre o congresso:
No Vaticano: Dra. Leticia Soberón, Coordenadora Geral da RIIAL: riial@pccs.va
No Chile: Carlos Correa, coordenador da Pastoral da Informática: ccorrea@iglesia.cl

Divulgado o intenerário da Cruz e do ícone da JMJ

Por Rádio Vaticano/Jovens conectados
Fonte: comshalom.org
 
“Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”.

Com essas palavras o Beato João Paulo II entregou aos jovens em Roma, no dia 22 de abril de 1984, aquela que ficaria conhecida como Cruz da Jornada, ou Cruz dos Jovens. Desde então, ela começou a peregrinar mundo afora, sempre levada pela juventude. A partir de 2003, passou a peregrinar junto com ela o Ícone de Nossa Senhora.

Pela primeira vez, os dois símbolos máximos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vão peregrinar pelo Brasil. Serão meses num itinerário que percorrerá todo o país e também passará pelos vizinhos do Cone Sul. Ao longo desse trajeto, os jovens terão a oportunidade de reavivar a fé e de sentir o gostinho do que será a JMJ 2013, que acontecerá no Rio de Janeiro.

A Cruz da JMJ e o Ícone de Maria chegam ao Brasil no dia 18 de setembro e serão recebidos em São Paulo com uma grande festa, o Bote Fé. A partir daí terá início a peregrinação, que será concluída no Rio de Janeiro. A ideia é que os dois símbolos passem por todos os 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Estão também previstas 19 grandes festas nas capitais brasileiras, todas com o nome "Bote Fé".

Depois do dia 18 de setembro, a Cruz e o Ícone vão peregrinar, até o dia 30 de outubro, pelas sete províncias eclesiásticas do Regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao estado de São Paulo – o mais populoso do país e o que tem o maior número de dioceses, 50. Depois os símbolos seguem para o Regional Leste 2, composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficarão ao longo de todo o mês de novembro. No mês seguinte, será a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e de Sergipe.

A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visitam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em Janeiro de 2013 retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no Sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no Estado do Rio de Janeiro, onde os símbolos chegam em abril de 2013.

Os roteiros específicos da peregrinação dentro de cada regional serão divulgados à medida em que eles forem definidos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011


Periodicamente se encontram com o Bispo diocesano, para momentos formativos e informativos, os missionários e missionárias que estão a serviço do Reino na Diocese de Luanda. Fazendo assim crescer o dinamismo missionário da Igreja.

sábado, 10 de setembro de 2011

CONSTRUIR UMA SOCIEDADE EM QUE O PERDÃO PREVALEÇA (Mt 18,21-35) ‏

O CONTEXTO
 Com o texto previsto para hoje, chegamos ao fim do sermão das comunidades ou sermão eclesiástico. O perdão de dívidas e ofensas não era uma prática desconhecida do povo de Israel nos tempos de Jesus. Mas parece que essa prática era bem difícil. De um lado, havia as minuciosas leis judaicas que exigiam uma série de procedimentos. De outro lado, estava a sociedade romana implacável e cruel especialmente para com os mais pobres.  Nesse contexto, estão se formando novas comunidades cristãs. Algumas dessas comunidades querem seguir as exigentes leis da sinagoga, outras, pelo contrário, as práticas romanas. É para dentro deste contexto comunitário que Mateus está escrevendo.
                           
A PERGUNTA
O texto começa com uma pergunta de Pedro:
- Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?
A legislação judaica exigia que se perdoasse até três vezes o irmão. Com sua pergunta, Pedro revela uma disponibilidade maior de perdoar do que a costumeira. Afinal, o número sete significa completude, perfeição. Mas a pergunta de Pedro ainda pressupõe que as possibilidades humanas para perdoar são limitadas.
Jesus responde:
- Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
Jesus surpreende com a resposta, pois setenta vezes sete simboliza aquilo que não mais é possível mensurar ou calcular. O perdão não pode ser calculado ou mensurado. Importante é a constante disposição de perdoar; esta não pode ter limites.

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A PARÁBOLA
Através da parábola que segue, Jesus desafia os discípulos e as discípulas a sempre terem essa disposição de abertura para o perdão. Podemos dividir a parábola em três cenas.
  
CENA 1:  A dívida e o perdão são imensos (Mt 18, 23-27)
Porque o Reino dos Céus é semelhante a  um rei que resolveu acertar contas com os seus servos. Ao começar o acerto, trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. No tendo este com que pagar,  o senhor ordenou que o vendessem, juntamente com  a mulher e com os filhos e todos os seus bens, para o pagamento da dívida.
O servo porém, caiu aos seus pés e,  prostrado, suplicava-lhe: "Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo."
-Diante disso, o senhor, compadecendo-se do servo, soltou-o e  perdoou-lhe a dívida.
A parábola não revela o motivo da dívida do servo, mas a quantia de dez mil talentos é impagável. Ela equivale a aproximadamente 350.000 quilos. Os tributos anuais pagos a Herodes, por exemplo, eram de 900 talentos. Seriam, portanto, necessários mais de dez anos de receita de uma província romana. O rei age conforme o costume da época: manda vender todos os bens e toda a família do servo devedor.  Essa venda, no entanto, saldaria apenas uma parte mínima da dívida. Mesmo que a família toda trabalhasse a vida inteira, a dívida não conseguiria ser paga. Diante do pedido do servo, o rei se compadece e perdoa-lhe toda a dívida.
Chama a atenção o exagero da dívida e da atitude do rei. Este não prorrogou simplesmente o prazo solicitado pelo servo; perdoou-lhe a dívida.
Assim é a nossa dívida perante Deus: impagável. Assim também é o perdão de Deus: incomensuravelmente pródigo. Alguém uma vez afirmou que a pessoa cristã é alguém que foi condenado à pena de morte e depois anistiado.

CENA 2: A atitude mesquinha do empregado (Mt 18, 28-31)
 Mas quando saiu dali, esse servo encontrou um dos seus companheiros de servidão que lhe devia cem denários e, agarrando-o pelo pescoço, pôs-se a sufocá-lo e a insistir: "Paga-me  o que me deves!"
O companheiro caindo a seus pés, rogava-lhe: "Dá-me um prazo e eu  te pagarei."
Mas ele não quis ouvi-lo; antes, retirou-se e  mandou lançá-lo na prisão até que pagasse o que devia.
Um denário era o equivalente ao salário de um dia.  Com cem denários, um assalariado poderia viver parcamente durante quase 6 meses. A segunda cena repete a primeira: alguém cobra uma dívida, o devedor implora por um prazo. A diferença reside na atitude do credor. Nessa segunda cena, o credor não tem misericórdia e, por isso, não perdoa. O imenso perdão de Deus näo mudou a vida do empregado perdoado. A mão aberta para receber permaneceu fechada para dar. Viver do perdão implica deixar-se levar pela gratuidade e estender a mesma aos irmãos e às irmãs na prática cotidiana. As duas metades da quinta prece do Pai Nosso não devem ser separadas: "perdoa-nos ... como nós também perdoamos". 

CENA 3- A esperança dos sem esperança ( Mt 18, 32-35)
 Vendo os companheiros de serviço o que acontecera, ficaram muito penalizados e, procurando o senhor, contaram-lhe todo o acontecido. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: "Servo mau, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me rogaste. Não devias também tu, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a sua dívida. Eis como meu Pai celeste agirá convosco, se cada um de vós não perdoar, de coração, ao seu irmão.

Os companheiros do credor incompassivo poderiam ter ficado calados ou omissos diante de sua atitude para com o seu companheiro menos afortunado, numa atitude de "não querer comprometer-se", mas eles denunciaram aquilo que consideraram um comportamento inadequado. Quem não vive o perdäo recebido de forma consequente menospreza o amor de Deus. O perdão compromente, a graça constrange. Ao estendermos o perdão recebido, o fazemos considerando a pessoa que nos ofendeu e em obediência ao mandamento de Deus. A prática do perdão rompe a relação de desigualdade, de exploração e de exercício desumano de poder e coloca a base de uma sociedade alternativa: as novas comunidades cristãs.

FECHANDO AS CORTINAS
 Na oração do Pai Nosso pedimos: "perdoa as nossas ofensas assim como também perdoamos a quem nos tem ofendido". A misericórdia de Deus para conosco não tem limites nem se esgota. Só que ela nos constrange a orientar toda a nossa vida por ela. Caso contrário, desprezamos o perdão de Deus, deitamos a perdê-lo. A graça de Deus não é uma graça barata, mas uma graça que exige de nós o compromisso de sermos agentes de perdão e reconciliação. O sermão eclesiástico de Mateus pretende dar diretrizes de como as primeiras comunidades cristãs - e também nós hoje - podemos ajudar a construir uma sociedade alternativa em que o perdão prevaleça sobre a estrutura de dominação e a pirâmide do poder opressor.

                                                                                                                          Sônia Mota e Nelson Kilpp